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Tarifa de 50% imposta por Trump pode causar severos impactos na economia brasileira
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Tarifa de 50% imposta por Trump pode causar severos impactos na economia brasileira

Especialistas alertam sobre os riscos para a indústria e o agronegócio diante da nova taxa aplicada pelos EUA

Por Admin

10/07/2025 16:01 · Publicado há 7 horas
Categoria: Economia

O anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quarta-feira (9) sobre a imposição de uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros pode prejudicar gravemente diversos setores da economia do Brasil. A medida não afetará apenas os produtos tradicionais como petróleo, aço e café, mas também terá um impacto considerável na indústria e na agropecuária, conforme análise de especialistas consultados pela TV Sim Brasil.

Motivação e justificativa da tarifa

Trump justificou a tarifa afirmando que foi definida em resposta a ordens judiciais no Brasil que, segundo ele, "censuram" as mídias sociais americanas e limitam a liberdade de expressão dos cidadãos dos EUA. Além disso, o presidente norte-americano ameaçou elevar ainda mais a taxa caso o Brasil decida aumentar as tarifas sobre produtos dos Estados Unidos. A possibilidade desta retaliação existe, especialmente depois da sanção da Lei nº 15.122, conhecida como “Lei da Reciprocidade Econômica”, que foi aprovada pelo Congresso Nacional em abril.

Reações e análises de especialistas

Tania Cristina Teixeira, presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), considera que a medida representa não apenas um ataque comercial, mas também um precedente político preocupante. Ela reforça que "ao atrelar uma sanção tarifária a um processo judicial interno, os Estados Unidos extrapolam os limites das boas práticas diplomáticas e comerciais. O Brasil não pode aceitar tal motivo como pretexto para retaliações" e destaca que o país não deve se submeter a "pressões externas e interesses alheios ao nosso projeto de país".

A Presidência da República declarou que "qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica" e reafirmou que o "Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém".

Segundo dados do governo norte-americano, o Brasil registrou um déficit comercial de 7 bilhões de dólares em bens em 2024 nas relações com os EUA, e um déficit de 28,6 bilhões de dólares considerando bens e serviços, o que configura o terceiro maior superávit comercial dos Estados Unidos no mundo. Em 2025, o saldo negativo do Brasil no comércio com os EUA foi de R$ 650 milhões no primeiro trimestre do ano, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Impacto econômico e comercial

Jackson Campos, especialista em comércio exterior, argumenta que a taxação é ineficaz para o intuito de Trump, que visa pressionar os poderes Executivo e Judiciário brasileiros. Ele explica que "o Judiciário brasileiro é independente, e não se deixa influenciar por pressões externas desse tipo, sendo que quem perde é o povo americano, que nada tem com isso, e o empresário brasileiro, que terá que sobreviver com a insegurança jurídica e comercial".

Thiago Eik, CEO da fintech Bankme, destaca que a decisão pode afetar profundamente a economia do Brasil e o nível de desemprego, já que os EUA são o segundo maior parceiro comercial do país. Ele explica que produtos como carne bovina, frango, soja, café e suco de laranja, que juntos representam quase metade das exportações brasileiras para os EUA, terão suas margens de lucro muito reduzidas. Além disso, grandes empresas da mineração e siderurgia, como Vale e Gerdau, terão que arcar com um custo 50% maior por tonelada exportada, o que pode resultar em menos receita, investimento e empregos. Segundo ele, "no fim das contas, é isso que está em jogo: trabalho". O empresário também ressalta que a entrada reduzida de dólares pode aumentar o câmbio e, consequentemente, a inflação.

A Câmara Americana de Comércio Brasil-EUA (Amcham Brasil) alerta que o aumento significativo da tarifa pode provocar "impactos severos sobre empregos, produção, investimentos e cadeias produtivas integradas entre os dois países".

Consequências para o comércio bilateral

Daniel Toledo, advogado especializado em Direito Internacional, afirma que a decisão de Trump pode afastar ainda mais os brasileiros dos produtos norte-americanos. Segundo ele, "ultimamente o Donald Trump vem tentando criar portas de diálogo com diversos países, colocando aí tarifas extremamente altas para que esses países eventualmente busquem os Estados Unidos para fazer algum tipo de negociação que seja interessante para os Estados Unidos". Toledo observa que, diferentemente do passado, no contexto atual de economia globalizada, os países buscam parceiros alternativos, citando que o Brasil tem se aproximado mais da China do que dos Estados Unidos há algum tempo.

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