Desde março do ano passado, o mercado mundial do café tem enfrentado uma escalada inédita nos preços. O valor da saca de café arábica ultrapassou marcas históricas, começando em mil reais e chegando a picos superiores a 2.700 reais em abril deste ano. Essa volatilidade tem gerado desafios para produtores, empresas e consumidores.

Contexto da alta nos preços

A trajetória de alta começou em março do ano passado, com a saca do arábica ultrapassando mil reais. Em junho, o café tipo 6, usado no consumo doméstico, ultrapassou 1.300 reais a saca. O valor continuou subindo ao longo do ano, atingindo 1.500 reais em setembro, 2.000 reais em novembro, e chegando a 2.500 em março deste ano. No dia 28 de abril, o preço atingiu o recorde de 2.713 reais. A partir desse momento, iniciou-se uma queda gradual nos preços.

Impactos para pequenos investidores e o mercado interno

Aqueles que negociaram o café a preços muito altos, na expectativa de ganhos maiores, sofreram prejuízos quando os preços começaram a cair. A desaceleração do mercado internacional, combinada com uma previsão de safra melhor para o café arábica, ainda que inferior à do ano anterior, e o aumento da produção do café conilon, influenciaram a redução dos preços.

Para pequenos investidores, com margens de lucro reduzidas e capital de giro limitado, as oscilações têm sido especialmente difíceis de enfrentar. Preços que chegaram a 2.200 reais caíram para cerca de 1.750 reais, provocando insegurança e dificuldades financeiras para este grupo.

Perspectivas para o futuro do mercado de café

Espera-se que o estoque mundial de café só seja recomposto dentro de duas safras, o que pode levar a uma nova alta nos preços no médio prazo. Contudo, o mercado não indica que os valores voltarão aos patamares máximos de 2.700 reais.

Assim, quem investiu em momentos desfavoráveis está enfrentando dificuldades, ao mesmo tempo em que os consumidores sentem o impacto do aumento nos preços finais.

Sobre o autor

Valdir Barbosa, produtor rural no município de Bambuí, Minas Gerais, atuou como repórter esportivo por 18 anos na Rádio Itatiaia Brasil e por 17 anos como Diretor de Comunicação e Gerente de Futebol no Cruzeiro Esporte Clube. Atualmente, escreve diariamente sobre agronegócio e economia no campo.