O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou nesta quarta-feira (9) que a inflação oficial do Brasil está amplamente disseminada. Segundo ele, cerca de 45% dos itens que compõem o índice oficial de inflação, o IPCA, estão acima do dobro da meta estabelecida pelo governo. Além disso, quase 60% dos produtos e serviços registram preços superiores ao teto da meta inflacionária.

Meta da inflação e divulgação do IPCA

Galípolo participou de audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados para tratar do tema. A meta central do Banco Central é manter a inflação em 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o cumprimento da meta ocorre se o índice estiver entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

Na quinta-feira (10), o IBGE divulgará o IPCA referente ao mês de junho. A expectativa é que o índice oficial da inflação brasileira ultrapasse a meta contínua pela primeira vez em 2025. Nos cinco primeiros meses do ano, o IPCA acumulado em 12 meses permaneceu acima do teto de 4,5%, registrando alta de 5,32% até maio.

Compromisso com a meta e reflexos legais

Durante a audiência, Galípolo enfatizou que o Banco Central trabalha para alcançar o alvo central de inflação de 3%. Ele ressaltou que não há espaço para flexibilizar ou interpretar legalmente a meta de forma leniente, pois ela decorre de um decreto oficial. "Meta não é uma sugestão à autoridade monetária, decorre de um decreto. A meta é 3%, não posso perseguir a meta de maneira leniente. A banda da meta foi criada para absorver choques", reforçou.