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Fonte da imagem: https://www.otempo.com.br/content/dam/otempo/editorias/cidades/2019/2/cidades-horario-de-verao-termina-meia-noite-sabado-domingo-1709523993.jpeg
ONS sugere retorno do horário de verão para aliviar consumo de energia no Brasil
Diretor do ONS alerta sobre déficit de potência no sistema elétrico e destaca necessidade de medidas emergenciais para garantir o fornecimento
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) manifestou preocupação com a capacidade de atendimento à ponta de consumo de energia elétrica no Brasil, conforme divulgado no Plano de Operação Energética (PEN) para o período de 2025 a 2029. Alexandre Zucarato, diretor de Planejamento do ONS, indicou que a volta do horário de verão pode ser recomendada ainda este ano para reforçar o Sistema Interligado Nacional (SIN) em pelo menos 2 gigawatts (GW). A decisão precisa ser tomada até agosto, considerando o prazo de três meses necessário para implantação.
Diagnóstico do sistema elétrico
Zucarato explicou que o PEN avalia se a geração disponível é suficiente para atender ao consumo nacional. "O PEN 2025-2029 confirmou o diagnóstico do ano passado e mostrou agravamento do déficit de potência", afirmou. Segundo ele, embora o sistema esteja atualmente sobreofertado em termos de energia, há uma crescente violação do critério de potência, que se agravou com o aumento da demanda prevista.
Medidas para evitar apagões
Além da possível retomada do horário de verão, o ONS destaca outras ações para mitigar o problema, como a antecipação da entrada de projetos do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) de 2021, maior uso de usinas térmicas e a importação de até 2,5 GW de energia de países vizinhos. Também está prevista a contratação de redução de carga de grandes consumidores a partir de 16 de julho, com a resposta da demanda visando a economia em horários críticos.
Impacto da geração solar
O crescimento da geração de energia no Brasil é puxado principalmente pela energia solar. Entretanto, como a geração solar não ocorre à noite, ela não contribui para a potência necessária na ponta do consumo. "A MMGD (mini e microgeração distribuída solar) no PEN 2025-29 cresce de 35 GW para 64 GW, a solar centralizada de 16,5 GW para 24 GW e a eólica de 32,5 GW para 36 GW", detalhou Zucarato. Esse aumento não atende ao pico noturno, aprofundando o déficit estrutural de potência.
Previsões para o futuro
Segundo o diretor, se as chuvas atrasarem novamente, os meses críticos serão outubro e novembro, demandando agilidade na realização do leilão de reserva de capacidade em 2026. "Para 2025 já não há tempo hábil para novos leilões que contratariam potência, portanto a próxima janela de necessidade visível é o ano que vem", concluiu.