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Dólar sobe após Trump anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros; Bolsa fecha em queda
Mercado reage à decisão do presidente dos EUA que impôs sobretaxas elevadas ao Brasil, gerando impacto na economia e nas cotações financeiras
O dólar encerrou o dia com alta de 0,69%, cotado a R$ 5,54, atingindo seu maior valor em um mês, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros. A Bolsa de Valores brasileira, por sua vez, fechou em queda de 0,53%, aos 136.743 pontos.
Movimentação do Mercado Financeiro
A moeda americana chegou a atingir uma cotação máxima intradiária de R$ 5,621, com alta de 2,16%, mas recuou até fechar com valorização mais moderada. Apesar da alta recente, no acumulado do ano o dólar apresenta queda de 10,34%. O mercado futuro também refletiu o impacto da medida, com contratos futuros do dólar subindo 2,30% ao atingir R$ 5,611.
Na Bolsa, ações da Embraer foram as mais prejudicadas, chegando a cair mais de 8%, enquanto a Vale teve desempenho positivo e atuou como contrapeso. A desvalorização da Bolsa esteve longe da mínima do dia, quando caiu 1,07%.
Contexto das Tarifas e Relações Comerciais
Trump anunciou a sobretaxa de 50% ao Brasil separadamente das tarifas setoriais, com implementação prevista para 1º de agosto. Essa tarifa é a maior entre as sobretaxas anunciadas pelo governo americano, que já comunicou aumentos para 21 países. O anúncio foi feito depois do fechamento do mercado no dia 9 de julho, provocando reação no mercado futuro.
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. A nova tarifa representa um aumento significativo em relação à taxa de 10% anunciada em abril. Trump declarou que o Brasil "não tem sido bom para nós, nada bom" e sugeriu que a sobretaxa poderia ser revista caso o Brasil "abra seus mercados e elimine barreiras comerciais".
Impactos Econômicos e Reações Oficiais
A sobretaxa pode elevar os preços de diversos produtos brasileiros exportados aos EUA, como petróleo, ferro, café, carnes e suco de laranja. Analistas do BTG Pactual destacam que o maior custo da medida está na deterioração da relação econômica e na incerteza gerada, mais do que no impacto direto sobre o comércio.
Marcelo Bolzan, planejador financeiro, comentou: "A expectativa é que a gente exporte menos. Consequentemente, o nosso PIB pode ser menor". Ele também alertou que a alta do dólar poderá gerar inflação e aumento nos juros futuros.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a decisão e informou que o Brasil responderá com base na lei de reciprocidade, que permite medidas provisórias de retaliação durante o processo. Trump alertou que uma eventual resposta brasileira elevaria ainda mais a sobretaxa americana.
Reações do Mercado e Autoridades Brasileiras
Investidores demonstraram preocupação com a possibilidade de escalada do conflito tarifário, vendendo ativos brasileiros. Leonel Mattos, analista da StoneX, afirmou que a nova tarifa "aumenta os riscos dos investimentos no país" e gera um cenário de maior imprevisibilidade.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, qualificou a medida de Trump como um "golpe contra o Brasil", atribuindo a origem da ação a uma conspiração do ex-presidente Jair Bolsonaro. Haddad ressaltou que os argumentos usados por Trump não refletem a realidade, pois o Brasil compra mais dos EUA do que vende e aplica tarifas baixas, em média 2,7%.
Haddad destacou que a diplomacia brasileira está disponível para dialogar e buscar soluções. Apesar das tensões, em mercados globais o clima foi mais otimista, com ações europeias e de Wall Street fechando em alta.
Perspectivas e Dados Econômicos Internos
O IPCA teve alta de 0,24% em junho, acumulando 5,35% em 12 meses, mantendo-se acima da meta oficial de inflação. O aumento do IOF, tema em debate no Congresso e STF, preocupa investidores pela influência sobre as contas públicas.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou que a inflação está disseminada e que a economia cresce robustamente. Ele afirmou que o ciclo de alta da taxa Selic, que atingiu 15%, foi necessário para controlar a inflação. Juros altos prejudicam o mercado de renda variável, mas valorizam o real frente a outras moedas.