O agronegócio brasileiro alcançou US$ 82 bilhões em exportações no primeiro semestre de 2025. Apesar de registrar uma leve queda de 0,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, o setor continua sendo extremamente relevante para a balança comercial do país, representando quase metade das exportações nacionais (49,5%).

Desempenho e fatores de mercado

Este desempenho sólido ocorre em meio a um cenário de queda nos preços internacionais das commodities. Em junho, por exemplo, o índice de alimentos do Banco Mundial caiu 7,3% em comparação ao ano anterior. Ainda assim, as exportações do agronegócio somaram US$ 14,6 bilhões só no mês de junho, impulsionadas pela competitividade e diversificação dos produtos brasileiros.

Principais produtos e estratégias

Dentre os produtos que se destacaram no período, com volumes recordes ou crescimento significativo, estão celulose, suco de laranja, farelo de soja, algodão, óleo de amendoim, ovos, gelatinas, pimenta-do-reino moída e chocolates com cacau. Essa variedade reflete os esforços estratégicos do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para ampliar mercados e agregar valor à produção nacional.

Reconhecimento internacional e oportunidades

Um marco importante para o agronegócio brasileiro foi o reconhecimento do país como livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Esta certificação, concedida em junho durante cerimônia em Paris com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Carlos Fávaro, decorre de décadas de investimentos em vigilância sanitária e cooperação entre estados e setor produtivo. Esse status sanitário reforça a imagem do Brasil como fornecedor confiável de alimentos seguros e de qualidade, abrindo portas para mercados com maior valor agregado e aumentando as exportações.

Mercados e diversificação

A China permanece como o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, com US$ 5,88 bilhões em compras em junho, equivalente a 40,3% da pauta do mês. A União Europeia (US$ 1,9 bilhão) e os Estados Unidos (US$ 1,04 bilhão) também são parceiros comerciais importantes. Além disso, houve crescimento das exportações para mercados menos tradicionais, como Japão, Vietnã, Tailândia e Indonésia, demonstrando a busca contínua do Brasil por novas oportunidades comerciais e a valorização de produtores de todos os tamanhos.

O desempenho do primeiro semestre consolida o agronegócio como um pilar fundamental da economia brasileira e um motor essencial para a presença do país no comércio internacional.