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Adoção do diesel B20 até 2030 no Brasil pode impactar no custo do transporte
Fonte da imagem: https://www.otempo.com.br/content/dam/otempo/editorias/brasil/2024/4/brasil-fraude-diesel-fraudes-no-teor-de-biodiesel-agencia-nacional-do-petroleo-diesel-no-nordeste-1714432800.jpeg

Adoção do diesel B20 até 2030 no Brasil pode impactar no custo do transporte

O aumento da mistura obrigatória de biodiesel no diesel levanta debates técnicos sobre consumo, manutenção e qualidade do combustível.

Por Admin

12/07/2025 11:31 · Publicado há 2 dias
Categoria: Economia

Com a meta do governo federal de ampliar a mistura obrigatória de biodiesel no diesel fóssil para 20% até 2030, o chamado B20, o debate sobre os efeitos dessa transição ganha novo fôlego no setor de transportes. A partir de agosto, o teor obrigatório do biodiesel passará de 14% para 15% no país.

Impactos no consumo e eficiência

Embora ambientalmente estratégica, a mudança gera dúvidas técnicas sobre consumo de combustível, durabilidade dos motores e a qualidade da cadeia de distribuição diante da chamada Lei do Combustível do Futuro, sancionada recentemente pelo presidente Lula. Camilo Adas, engenheiro e presidente do conselho da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), explicou que do ponto de vista termoquímico, o biodiesel possui menor densidade energética do que o diesel mineral, o que pode levar a um consumo maior para percorrer a mesma distância.

"A eficiência energética do biodiesel puro é entre 4% a 8% inferior à do diesel fóssil. Isso é ciência, não é opinião", afirmou Adas. Porém, ele ressalta que no percentual esperado de mistura B20, o aumento no consumo é tão pequeno que geralmente não é percebido, já que fatores como peso da carga e relevo influenciam mais o consumo.

Manutenção e qualidade do combustível

O especialista destacou que as preocupações com maior frequência de manutenção normalmente não decorrem diretamente do biodiesel, mas da qualidade da produção, transporte e armazenamento do combustível. A legislação brasileira, como a Resolução ANP nº 920/24, é rigorosa, mas a fiscalização precisa garantir que todo o sistema opere dentro dos padrões para evitar deterioração do combustível.

Adas mencionou que montadoras como Scania e Volvo já oferecem caminhões capazes de operar com biodiesel puro (B100), mostrando a adaptação da indústria quando há regulação clara e demanda. Ele recomenda que a transição para B20 seja acompanhada de fiscalização eficiente e educação técnica para motoristas e frotistas.

Posição do Brasil e exemplos internacionais

No contexto internacional, o Brasil está em uma média global, com países como Singapura utilizando até 35% de biodiesel e a Suíça permitindo B100. Em regiões de clima frio, o óleo vegetal hidrotratado (HVO) é mais usado por sua menor sensibilidade ao frio.

Desafios na fiscalização e futuro da cadeia produtiva

Recentes cortes orçamentários na Agência Nacional do Petróleo (ANP) preocupam especialistas, já que a fiscalização é fundamental para o sucesso do programa de combustíveis sustentáveis. Entidades do setor pedem o restabelecimento dos recursos para garantir a qualidade do biodiesel até o consumidor final.

Adas conclui que o avanço para o B20 é positivo, desde que acompanhado por controle rigoroso e investimentos em educação técnica, afirmando: "A pergunta não é se o biodiesel é bom ou ruim, mas se estamos garantindo que ele chegue ao tanque do caminhoneiro com a qualidade que a lei exige. Se a resposta for sim, não há motivo para temer o B20".

Testes técnicos e avaliações científicas

Em 2005, testes em geradores movidos a diesel mostraram redução no consumo e na necessidade de manutenção com uso de biodiesel, mas esses resultados têm limitações para motores modernos. Christian Wahnfried, da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), aponta que os testes em motores antigos com sistemas mecânicos não representam a frota atual, que usa tecnologia eletrônica avançada.

Ele afirma que o biodiesel tem teor energético cerca de 20% menor que o diesel mineral, o que teoricamente aumentaria o consumo. Nos testes com B5, B10 e B15, observou-se um leve aumento no consumo, dependendo do motor e calibragem de cada montadora.

Manutenção, logística e custos operacionais

Wahnfried alerta que a degradação do biodiesel durante armazenamento e transporte pode causar depósitos que entopem filtros, aumentando custos de manutenção. Montadoras recomendam dobrar a frequência de troca de óleo com teores acima de 20% de biodiesel, impactando o custo operacional e potencialmente o valor do frete.

Novos testes e cautela para o futuro

O Ministério de Minas e Energia prepara testes com motores mais atuais para avaliar o B20 em condições reais, buscando dados mais representativos para políticas públicas. Wahnfried enfatiza a necessidade de estudos robustos para garantir ganhos ambientais sem comprometer a logística e os custos do transporte.

O debate sobre o biodiesel B20 no Brasil segue em aberto, com setores econômicos apoiando o avanço e técnicos pedindo prudência e mais informações.

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