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Minas Gerais será o quinto estado mais afetado pelo tarifaço dos EUA
Estudo do Cedeplar/UFMG projeta retração de R$ 1,66 bilhão no PIB de Minas Gerais devido à sobretaxa de 50% anunciada por Trump
Minas Gerais está previsto para ser o quinto estado mais impactado pelo tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciado na semana passada. A medida é uma retaliação ao processo judicial envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump.
Projeções econômicas
De acordo com o Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental Aplicada do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (Nemea/Cedeplar/UFMG), Minas Gerais pode sofrer uma retração de aproximadamente R$ 1,66 bilhão em seu Produto Interno Bruto (PIB) no período de um ano, o que representa uma queda de 0,15% em relação ao crescimento de 3,1% registrado em 2024.
Os estados mais afetados seriam São Paulo (-R$ 4,4 bilhões), Rio Grande do Sul (-R$ 1,9 bilhão), Paraná (-R$ 1,9 bilhão) e Santa Catarina (-R$ 1,74 bilhão). A estimativa para o Brasil é de uma queda de 0,16% no PIB nacional.
Setores mais impactados em Minas Gerais
Minas Gerais sofrerá impactos mais significativos na agropecuária e na indústria extrativa. O economista João Pedro Revoredo Pereira da Costa, um dos autores do estudo, destaca que a especialidade econômica do estado, especialmente nos setores de metalurgia e siderurgia, que são "setores particularmente relevantes na estrutura produtiva" mineira, contribui para a vulnerabilidade do estado frente à sobretaxa.
Consequências para o emprego e comércio
O estudo também aponta uma contração de 0,16% no PIB brasileiro, equivalente a R$ 19,2 bilhões em um ano, e uma possível queda de R$ 52 bilhões nas exportações e R$ 33 bilhões nas importações caso as medidas tarifárias não sejam revertidas. O emprego sofrerá uma redução de 0,21%, ou cerca de 110 mil postos de trabalho.
Os setores industriais e agropecuários são os mais afetados, com maior impacto em produtos como máquinas agrícolas, aeronaves, embarcações, equipamentos de transporte e carne de aves, que são os principais produtos exportados para os EUA. O agropecuário deve perder cerca de 40 mil empregos, o comércio 31 mil e a indústria 26 mil.
Impactos globais e na China
O estudo também avaliou os efeitos do tarifaço entre EUA e China. A resposta da China, com aumento de 10% nas taxações sobre exportações americanas, pode ocasionar uma queda de 0,37% no PIB dos EUA e de 0,16% no PIB chinês.
Globalmente, os choques tarifários desde a posse de Trump afetaram 14 países, causando uma redução de 0,12% no PIB global e uma queda de 2,1% no comércio mundial, equivalente a perdas de US$ 483 bilhões.
Importante destacar que os dados não incluem o tarifaço mais recente anunciado por Trump contra a União Europeia e México.