{{noticiaAtual.titulo}}

Fonte da imagem: https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2025/07/12/1200x720/1_wmc1zuenir-56288157.jpg?20250712174606?20250712174606
"Preferia que estivéssemos falando de Cidade Unida", diz Zuenir Ventura
Autor de 'Cidade partida' relembra os 10 meses que passou em Vigário Geral para escrever o livro, tema também de obra que analisa seu impacto 30 anos depois
Durante 10 meses, o jornalista e escritor Zuenir Ventura viveu experiências marcantes em Vigário Geral, uma comunidade na Zona Norte do Rio de Janeiro, para escrever seu livro "Cidade partida". Publicado em 1994, o livro, que se tornou referência sobre desigualdade social e violência no Brasil, retrata o contexto pós-chacina em que 21 moradores foram mortos por policiais militares em 1993.
Vivência em Vigário Geral
Zuenir relata que sua passagem pela favela foi transformadora, enfrentando choques emocionais, culturais e climáticos. Inicialmente visto com desconfiança pela comunidade, ele conquistou a confiança dos moradores, incluindo o então chefe do morro, o traficante Flávio Negão, a quem entrevistou profundamente, mesmo sofrendo críticas por dar voz a um criminoso.
Relevância e impacto do livro
O livro não perdeu a atualidade, pois muitas das questões abordadas ainda persistem, como desigualdade social, violência policial e ausência do poder público. Em 2024, "Cidade partida" ganhou uma edição especial pela Companhia das Letras. Além disso, a obra inspirou o lançamento do livro "Cidade partida, 30 anos depois", organizado pelos filhos de Zuenir e outros colaboradores, que reúne artigos e entrevistas, incluindo uma com Zuenir.
Perspectivas e reflexões
Na entrevista concedida a TV Sim Brasil, Zuenir expressa o desejo de que, após tanto tempo, o Brasil estivesse falando de uma "Cidade Unida", e não de uma "Cidade partida". Ele destaca o papel fundamental da entrevista com Flávio Negão para entender as complexidades da favela, afirmando que "essa atitude de afastar o mal, de não querer saber, não adianta". O jornalista enfatiza que a experiência foi dolorosa, mas essencial para compreender a realidade da comunidade.