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Prefeitura de Diamantina defende asfaltamento da Rua Jogo da Bola
Intervenção é considerada necessária para a preservação, conforme a administração municipal.
A Prefeitura de Diamantina, situada no Vale do Jequitinhonha, se posicionou na tarde desta quarta-feira (30/04) afirmando que "em nenhum momento" o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se pronunciou contra o asfaltamento da rua Jogo da Bola. A administração municipal argumenta que a pavimentação não compromete os critérios estabelecidos pela Unesco.
Justificativas da Prefeitura
A administração fez questão de ressaltar que a decisão sobre o asfaltamento foi baseada nos impactos relacionados à drenagem e à hidrologia. Além disso, reiterou seu compromisso com a preservação dos valores reconhecidos mundialmente pela Unesco. Em uma nota divulgada, o Iphan também declarou que a Rua Jogo da Bola não está dentro do perímetro tombado e que não houve objeções quanto ao asfaltamento por parte do instituto.
Observações do Iphan
Segundo o Iphan, embora a área não esteja protegida, o projeto de asfaltamento foi cuidadosamente analisado, levando em consideração sua proximidade com o Sítio de Tombamento. Foi solicitado um recuo de pelo menos uma quadra, mantendo o calçamento em pedra na quadra final antes da divisa com a Rua Vicente Figueiredo, que faz parte da área tombada, para preservar a ambiência do conjunto histórico.
Reações Contrárias
No entanto, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), que é uma organização não governamental vinculada à Unesco, pediu a remoção imediata do asfalto para evitar a perda do título de Patrimônio Mundial. Leonardo Barci Castriota, professor da Escola de Arquitetura da UFMG, comentou que a retirada do asfalto é viável e que, se feita corretamente, não causará danos ao pavimento original.
Histórico de Tombamento
Diamantina é reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco desde 1999, e o centro histórico da cidade conta com duas áreas de tombamento. O primeiro tombamento ocorreu em 1938 pelo Iphan. Recentemente, o Icomos alertou sobre os riscos representados pela nova pavimentação, afirmando que pode comprometer os valores que garantem o título da cidade.
Impacto na Identidade Cultural
O asfaltamento gerou divisão de opiniões entre moradores e especialistas. Enquanto alguns acreditam que a nova pavimentação melhora a mobilidade, outros apontam que prejudica a identidade cultural da cidade. Ex-secretários e historiadores criticaram a obra, destacando que o calçamento em pedra é parte crucial da memória afetiva e cultural da população local.
Posicionamento da Administração Municipal
O secretário municipal de Cultura e Patrimônio defendeu a construção, afirmando que a decisão de asfaltar a rua foi tomada por outras pastas da prefeitura e que o calçamento original era mais recente, datado da década de 1950, não tendo ligação com o período colonial. Ele reforçou que a preservação do patrimônio deve considerar tanto a estética urbana como as tradições imateriais da cidade.