O rapper Mauro Davi Nepomuceno dos Santos, conhecido como Oruam, declarou na tarde desta terça-feira (22) que pretende se entregar à polícia. "Eu vou me entregar, não sou bandido", afirmou o músico em suas redes sociais.

Operação policial e acusações

Em um vídeo publicado no X (antigo Twitter), Oruam pediu desculpas aos seus fãs, supostamente em relação à operação policial ocorrida na noite de segunda-feira (21). Segundo a polícia, o rapper e oito amigos tentaram impedir que agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes cumprissem um mandado de busca e apreensão contra um menor de idade que estava na casa de Oruam, no Joá, zona Oeste do Rio de Janeiro.

"Todos vocês que gostam de mim: eu vou me entregar, tropa. Não sou bandido. Desculpa aí todo mundo que acha que eu errei vou provar que não sou bandido", declarou o rapper. Ele ainda acrescentou: "Vou dar a volta por cima e vencer através da minha música. Eu queria dizer para os meus fãs que eu amo muito vocês".

Decisão judicial

Mais cedo, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a prisão preventiva de Oruam após seu indiciamento por seis crimes. Ele responderá por tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal.

Em sua decisão, o Plantão Judiciário ressaltou: "Analisando os autos, verifico que, no presente momento, mais adequado se faz a decretação da prisão preventiva (e não da prisão temporária), conforme sugerido pelo Ministério Público, conforme passo a expor. A prisão preventiva encontra respaldo nos artigos 311 a 313 do Código de Processo Penal e se faz pertinente para a garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. E os requisitos se fazem presentes, de acordo com os elementos probatórios".

Quem é Oruam?

Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, nasceu em 1º de março de 2001, no Rio de Janeiro. Ele é filho de Marcinho VP, um traficante preso desde 1996 e considerado um dos chefes do Comando Vermelho (CV). Oruam tem quatro irmãos e foi criado na favela Cidade de Deus, na capital fluminense. Seus primeiros registros musicais datam de 2021.

Além das controvérsias relacionadas à operação policial, Oruam também já esteve envolvido em polêmicas por conta das tatuagens que exibe no corpo. Dentre elas, estão tatuagens em homenagem ao pai e ao traficante Elias Maluco, condenado pela morte do jornalista Tim Lopes. Em um vídeo no Instagram, Oruam mostrou essas tatuagens e disse: "Olha o chefe, meu chefe, Marcinho: esse daqui é o meu pai. Esse daqui é o meu tio, Elias Maluco, e esse daqui é o meu primo Raul (filho de Elias)".

*Com informações de Maria Fernanda Ramos e Rebeca Nicholls