A deputada federal Duda Salabert (PDT), conhecida por sua paixão pela obra de Guimarães Rosa, trouxe à tona uma pergunta intrigante sobre um dos personagens mais complexos da literatura brasileira. Durante a Bienal Mineira do Livro, ela questionou: "Diadorim era homem trans?".

O Papel de Diadorim

Diadorim é uma figura central do romance "Grande Sertão: Veredas" (1956), de Guimarães Rosa, e sua complexidade desafia definições simplistas. A personagem é apresentada como uma mulher que se disfarça de homem, permitindo sua inclusão no universo dos jagunços. Sua verdadeira identidade é revelada somente após sua morte, o que provoca um choque profundo em Riobaldo, o narrador e protagonista da obra, que tem sentimentos por Diadorim sem compreender totalmente sua natureza.

Discussões sobre Identidade

A questão das motivações de Diadorim para adotar a identidade masculina nunca é totalmente esclarecida na obra de Rosa. Esta ambiguidade, semelhante à traição de Capitu em "Dom Casmurro", alimenta debates contemporâneos, especialmente em um contexto onde as questões de identidade têm ganhado destaque. Duda Salabert compartilhou sua perspectiva: "A questão de Diadorim ser ou não um homem trans leva às entranhas do livro, que afirma: ‘No sertão, tudo é e não é’. Essa ambiguidade é ainda mais profunda que o ‘ser ou não ser’ de Shakespeare."

Evento e Programação

A Bienal Mineira do Livro está acontecendo no Centerminas Expo, em Belo Horizonte, até o dia 10 de maio, celebrando a riqueza da língua portuguesa e homenageando Guimarães Rosa. A programação inclui atividades diárias, com sessões de debate, palestras e lançamentos de livros, oferecendo uma rica oportunidade para os amantes da literatura.