Um macaco encontrado morto na zona rural de Paraisópolis, no Sul de Minas, testou positivo para o vírus da febre amarela. A confirmação foi divulgada nesta quarta-feira (26/3) pela prefeitura do município, levantando preocupações sobre a circulação da doença na área, que já registrou casos em humanos neste ano.

Verificação Laboratorial

Conforme anunciado pela Vigilância em Saúde, o vírus foi detectado através de análise laboratorial. É importante destacar que os macacos não são responsáveis pela transmissão da febre amarela para os humanos. Eles atuam como 'sentinelas naturais', indicando a presença do vírus em determinada região.

Recomendações à População

A população é orientada a proteger esses animais e a relatar imediatamente às autoridades sanitárias se encontrarem macacos com comportamentos anormais ou mortos. A confirmação em Paraisópolis sugere que o vírus continua ativo na região, onde o primeiro caso humano confirmado deste ano foi registrado em janeiro em Camanducaia.

Contexto Epidemiológico

Em Camanducaia, um homem de 65 anos foi contaminado em seu sítio, que fica próximo a Itapeva, classificada como uma 'área de epizootia' devido a ocorrências da doença em macacos. Além disso, o município de Ipuiúna reportou outros dois casos de epizootia durante o período sazonal atual, que vai de junho de 2024 a julho de 2025.

Vacinação e Prevenção

A vacinação é a principal medida de prevenção contra a febre amarela e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina é parte do calendário de imunização de Minas desde 2008 e, desde 2017, aplica-se uma dose única ao longo da vida. Entretanto, uma dose de reforço é recomendada para aqueles que receberam a primeira dose antes dos cinco anos.

Comprometimento da Saúde Pública

Em resposta à situação, a Prefeitura de Paraisópolis emitiu um alerta para a importância da vacinação completa da população. As vacinas estão disponíveis nas unidades de saúde local, e crianças entre seis e nove meses devem ser imunizadas, desde que não tenham contraindicações. Idosos acima de 60 anos ainda não vacinados precisam passar por avaliação pela equipe de Saúde da Família.

Histórico da Doença

A febre amarela atualmente tem um ciclo silvestre no Brasil, transmitindo-se em áreas de mata ou rurais, através de mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Os casos urbanos não ocorrem desde 1942. Dados do Ministério da Saúde indicam que entre 2014 e 2023, foram registrados 2.304 casos humanos no Brasil, com 790 mortes. O período mais crítico em Minas foi entre 2016 e 2018, quando surtos severos foram relatados.