O Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) se prepara para receber, em 2025, dez estudantes da Palestina e um do Líbano, marcando a primeira vez que a instituição acolhe um grupo significativo de alunos refugiados. O vice-diretor da instituição e secretário de Relações Internacionais, professor Conrado Rodrigues, afirma: "Nunca recebemos um contingente tão grande de alunos vindo de uma condição de precariedade que nem conseguimos imaginar." Outros 37 refugiados palestinos também terão oportunidades em universidades brasileiras.

Oportunidades Acadêmicas

Na última sexta-feira (21), o Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras anunciou 48 refugiados palestinos que conquistaram vagas em diversas instituições de ensino superior no Brasil. Além do Cefet-MG, outras dez universidades participantes são: Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Fundação Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal Fluminense (UFF).

Seleção e Preparação

A seleção dos refugiados foi realizada por meio de edital, com apoio do Ministério das Relações Exteriores, da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) e do Centro de Estudos Palestinos da USP. A procura foi alta, com mais de 200 inscritos para cursos em áreas como administração, engenharia, medicina e farmácia, oriundos de regiões como Gaza e Líbano.

Apoio Necessário

Conrado Rodrigues explica que, antes de se iniciarem nas aulas, os alunos deverão obter o Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) e participar do curso PEC-PLE, que ensina português a estudantes internacionais. O processo de integração é estimado em cerca de dez meses. Contudo, o Cefet-MG enfrenta desafios no que diz respeito à acomodação, uma vez que não oferece alojamento, e está buscando parcerias com embaixadas para possíveis bolsas que auxiliem na estadia dos estudantes, com valores entre 600 e 900 reais.

Enriquecimento Cultural

O vice-diretor ressalta a importância de trazer estudantes internacionais para a instituição, argumentando que a diversidade enriquece a experiência dos alunos brasileiros. "Durante o curso, muito mais do que aprender a nossa língua, eles aprendem também sobre a nossa cultura, têm aulas sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo," menciona. Apesar de ainda não haver uma data definida para a chegada dos estudantes, Conrado garante que o Cefet-MG está preparado para recebê-los, dada a sua experiência anterior em lidar com estudantes estrangeiros em situações humanitárias.