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Planalto busca fortalecer discurso eleitoral em meio a disputas fiscais
Com a aprovação do PDL, governo aposta na narrativa de 'pobres contra ricos' para as eleições do próximo ano.
A votação do PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que derrubou o decreto do ministro Fernando Haddad (Fazenda), que aumentava a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), teve um impacto muito maior do que apenas a derrota do governo. Além de evidenciar que a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não alcança 100 deputados, a aprovação antecipou as discussões que vão definir as eleições do ano seguinte, envolvendo os cargos de presidente da República, governadores, deputados federais, estaduais e senadores.
Desafios do Governo
O presidente Lula percebeu que sua pequena base no Congresso é insuficiente para aprovar propostas que sejam de interesse exclusivo do Planalto. Em resposta, decidiu adotar o discurso de defesa dos mais pobres, em contraste com a posição do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que são vistos pelos governistas como aliados dos mais ricos devido à sua oposição ao aumento do imposto no Parlamento.
A nova estratégia de comunicação
Desde a chegada do publicitário Sidônio Palmeira à Secom (Secretaria de Comunicação), o governo buscava uma oportunidade para criar uma marca que caracterizasse o terceiro mandato de Lula. Agora, diante do embate, a administração irá enfatizar as diferenças de pensamento evidenciadas na votação do IOF.
Vocabulário governista
Recentemente, expressões como “justiça tributária” e “justiça social” têm se tornado parte do léxico dos governistas, inclusive do ministro Haddad, que, ao participar da cerimônia de lançamento do Plano Safra para a Agricultura Familiar, mencionou o “governo dos pobres” e a necessidade de reformar a alíquota do imposto de renda. Lula também reforçou esse discurso ao falar sobre a “rebelião dos mais ricos”, ressaltando: “Ninguém está querendo tirar nada de ninguém. Queremos apenas diminuir os privilégios de alguns para dar um pouco de direito aos outros. É só isso que queremos”.
Próximos passos e reações
Nesta terça-feira, o governo decidiu ir ao STF (Supremo Tribunal Federal) para reafirmar sua prerrogativa de alterar os impostos. Essa decisão ocorreu mesmo após o PSol, partido da base de apoio a Lula, ter apresentado um questionamento similar ao STF, evidenciando que o governo não está disposto a deixar a questão esfriar.
Críticas à polarização
Hugo Motta, que foi criticado nas redes sociais por liderar a derrubada do IOF, compartilhou um vídeo para defender a posição do Congresso e criticou a abordagem adotada pelo Planalto. “Primeiro, quem alimenta o ‘nós contra eles’ acaba governando contra todos”, declarou. “A polarização política no Brasil tem cansado muita gente, e agora querem criar a polarização social”, acrescentou o presidente da Câmara, antecipando, assim, os movimentos da campanha eleitoral.