No coração do Brasil, Minas Gerais reúne territorial e eleitoralmente as características que a tornam um termômetro dos pleitos pela Presidência da República. De quatro em quatro anos, as urnas confirmam uma das poucas constantes na disputa pelo Palácio do Planalto: quem vence entre os mineiros, vence no país. Com 2026 se apresentando no horizonte, o estado já vive em clima de disputa precoce.

Disputa entre Lula e Zema

De um lado, Romeu Zema (Novo) solta o verbo e tenta se valer da influência e popularidade local para se cacifar como cabo eleitoral incontornável e alçar voos federais. Do outro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforça sua agenda e a de seus ministros em solo mineiro para fortalecer o palanque decisivo e retomar a influência em áreas onde o petismo esmaeceu.

Agenda de Lula em Minas

Lula demorou mais de um ano para visitar Minas Gerais pela primeira vez após tomar posse em seu terceiro mandato. Apenas em fevereiro de 2024 o petista retornou a Belo Horizonte para um evento que anunciou investimentos do governo federal no estado. A mudança em sua postura foi evidente em 2025, uma vez que sua reeleição está em cheque e sua rejeição supera a aprovação.

Atividades Recorrentes

Em menos de uma semana, o presidente visitou Minas Gerais para eventos em três cidades. Em 7 de março, ele esteve em Campo do Meio, onde entregou propriedades a famílias de 24 estados brasileiros. O ato foi acompanhado por quadros petistas que ressaltaram a importância de reforçar alianças com movimentos como o MST.

Críticas de Zema

Zema não hesita em criticar o presidente. Ao comentar sobre a visita de Lula, ele afirmou: “Ele veio aqui em Minas de certa maneira se posar como pai dos pobres. Esse filme nós brasileiros já vimos e não gostamos.” Além disso, Zema se esforça para se diferenciar de outros governadores que dialogam com Lula, adotando uma postura de forte oposição.

Movimentação Ministerial

A presença do governo federal em Minas não se limita a Lula. Desde a última semana, diversos ministros têm visitado o estado para discutir o Novo Acordo do Rio Doce com as comunidades afetadas pela Tragédia de Mariana. Essas visitas reforçam a estratégia petista de solidificar sua presença em estados onde a oposição é forte.

Futuro Político

Embora Zema esteja alinhado ao bolsonarismo, sua aversão ao PT e suas críticas a Lula estão se intensificando. O governador, que coordenou a campanha de Jair Bolsonaro em Minas no segundo turno de 2022, agora se posiciona como um dos principais críticos do atual governo. Em um cenário onde a popularidade de Lula está em declínio, a figura de Zema se torna cada vez mais relevante para as eleições de 2026.