A taxa de desemprego do Brasil encerrou o quarto trimestre de 2024 em 6,2%, conforme anunciado nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este resultado demonstra uma leve estabilidade em comparação com os 6,4% registrados no terceiro trimestre do ano anterior, que serve como base de comparação na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

Contexto da Taxa de Desemprego

Com o novo índice, a taxa ficou ligeiramente acima do menor patamar da série histórica que teve início em 2012, quando atingiu 6,1% no trimestre móvel até novembro. O IBGE também informou que a média anual da taxa de desemprego em 2024 foi de 6,6%, a menor desde 2012, apresentando uma redução de 1,2 ponto percentual em relação ao ano anterior, que foi de 7,8%.

Expectativas do Mercado

Analistas do mercado financeiro esperavam uma taxa de 6,1% para os últimos três meses de 2024, de acordo com a mediana das previsões coletadas pela agência Bloomberg. As estimativas variavam entre 5,8% e 6,2%. Segundo os analistas, a redução do desemprego em 2024 é resultado, em grande parte, do desempenho positivo da atividade econômica e dos estímulos oferecidos pelo governo federal. Esses fatores têm gerado empregos e aumento de renda, o que, por sua vez, impulsiona o consumo no país.

Desafios e Perspectivas

Por outro lado, economistas indicam que as melhorias contínuas no mercado de trabalho podem pressionar a inflação, especialmente em um cenário de produtividade estagnada. Outro indicador relevante é a taxa de participação, que mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais inseridas na força de trabalho, seja como ocupadas ou desempregadas. Embora tenha mostrado sinais de recuperação nos últimos trimestres, essa taxa ainda está abaixo dos níveis pré-pandemia, o que pode ser atribuído ao envelhecimento da população, segundo analistas.

Considerações Finais

O IBGE indicou a possibilidade de que jovens estudantes estejam se afastando do mercado de trabalho devido à melhoria no emprego e na renda dos responsáveis familiares, algo que poderia ser visto como positivo se resultar em maior dedicação aos estudos.

Crise no IBGE

A divulgação da Pnad ocorreu em meio a um ambiente de crise no IBGE, onde servidores expressaram descontentamento com a gestão do presidente Marcio Pochmann, rotulada como autoritária. A tensão aumentou em janeiro, culminando na entrega de cargos de quatro diretores. A presidência do IBGE respondeu às críticas, afirmando que servidores e sindicalistas têm espalhado desinformação sobre a instituição, o que levanta preocupações sobre a manutenção da imagem técnica do órgão.