A exclusividade na venda de cervejas durante o carnaval em Belo Horizonte, determinada pela Ambev, causou um forte repúdio por parte do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (SindBebidas-MG). Segundo a entidade, a medida é considerada abusiva e viola o direito à livre concorrência, além de impactar negativamente as indústrias de bebidas locais.

Contexto da Exclusividade

O presidente do SindBebidas, Mário Marques, expressou a preocupação em relação à tradição mineira na produção de cervejas artesanais. "A gente trabalha o ano inteiro com a cultura e história em cima dos nossos produtos", afirmou. A exclusividade comercial, segundo ele, impede que empresas locais participem de um dos períodos mais significativos para a venda de bebidas alcoólicas.

Impactos para a Indústria Local

Mário Marques também destacou os potenciais prejuízos para produtores e comerciantes, que já se prepararam para o carnaval, investindo em estoques de diversas marcas. "Os estoques e as produções para o carnaval costumam ser maiores para suprir a demanda", comentou.

Reação dos Trabalhadores Ambulantes

Adailson Severo, presidente da Associação dos Trabalhadores Ambulantes de BH, informou que a entidade adotará medidas em resposta à exclusividade, cujos detalhes serão divulgados em breve.

Clarificação da Prefeitura

A Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur) esclareceu que a exclusividade na venda de cervejas se aplica a produtos da Ambev, como Brahma, Skol e Antarctica, entre outros. A venda de outras bebidas, alcoólicas ou não, não é afetada pela decisão. A Prefeitura ressaltou que a Ambev foi a única empresa a demonstrar interesse na licitação para a cota de venda.