Bruno Henrique, atacante do Flamengo, foi denunciado pela procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) sob a acusação de manipulação de resultados, após suspeitas de ter forçado um cartão amarelo na partida contra o Santos pelo Brasileirão 2023.

Denúncia e enquadramento legal

O jogador foi enquadrado nos artigos 243 (parágrafo 1º) e 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. O artigo 243 aborda agir deliberadamente para prejudicar a equipe, com punição que pode variar entre suspensão de 360 a 720 dias e multa de R$ 100 a R$ 100 mil, caso a infração envolva pagamento ou promessa de vantagem. O artigo 243-A trata de condutas contrárias à ética desportiva para influenciar resultados, com pena de seis a 12 partidas de suspensão e multa de R$ 100 a R$ 100 mil.

Outros denunciados

Além de Bruno Henrique, foram denunciados mais quatro atletas amadores: seu irmão Wander Nunes Pinto Junior, e os amigos Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Andryl Sales Nascimento dos Reis e Douglas Ribeiro Pina Barcelos.

Processo criminal e investigações

Na semana anterior, Bruno Henrique tornou-se réu por manipulação de apostas na 7ª Vara Criminal de Brasília, onde o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) acolheu denúncia por fraude esportiva. A investigação aponta possível intencionalidade do jogador em forçar o cartão amarelo para benefício próprio e de terceiros.

Seu irmão, Wander, também será réu por avisar familiares e conhecidos sobre a punição, permitindo apostas baseadas em informação privilegiada. Caso condenado, Bruno Henrique pode pegar de dois a seis anos de reclusão e multa, conforme o artigo 200 da Lei Geral do Esporte.

Mensagens e provas

Mensagens de WhatsApp entre Bruno Henrique e seu irmão, apreendidas pela Polícia Federal, indicam que o cartão amarelo foi deliberadamente combinado para favorecer apostas. Wander fez apostas utilizando sua própria conta e a de sua esposa, obtendo um retorno financeiro significativo na partida contra o Santos.

Posição do STJD

A Procuradoria da Justiça Desportiva apresentou denúncia contra Bruno Henrique e mais quatro pessoas por manipulação de resultados envolvendo apostas esportivas. O jogador pode ser suspenso por até dois anos, receber 24 partidas de suspensão e multa de até R$ 200 mil. Ainda não há data definida para o julgamento em primeira instância.

As investigações pela Polícia Federal e o compartilhamento das provas mudaram o cenário, confirmando que Bruno Henrique comunicou previamente seu irmão sobre o cartão amarelo forçado. Wander repassou a informação a amigos para que também realizassem apostas, configurando fraude contra as operadoras de apostas.

O auditor responsável pelo inquérito no STJD determinou a intimação de nove pessoas suspeitas, além do jogador, para oitivas por videoconferência. A maioria optou pelo direito de silêncio, mas o relatório da Polícia Federal concluiu haver indícios de fraude em competição esportiva e estelionato.

Outras pessoas suspeitas de envolvimento foram arquivadas no processo por não serem jurisdicionados à Justiça Desportiva.