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Fonte da imagem: https://www.otempo.com.br/content/dam/otempo/editorias/brasil/2024/4/brasil-fraude-diesel-fraudes-no-teor-de-biodiesel-agencia-nacional-do-petroleo-diesel-no-nordeste-1714432800.jpeg
Governo identifica preço do diesel da Petrobras acima do mercado internacional e cresce pressão por redução
Preço do diesel está até R$ 0,40 mais caro no Brasil, aumentando cobranças por corte para conter inflação
Representantes do governo avaliam que o preço do diesel praticado pela Petrobras no Brasil está acima dos valores de referência no mercado internacional, indicando potencial para queda nos preços. Segundo estimativas, o litro do combustível está sendo comercializado até R$ 0,40 mais caro em território nacional.
Pressão por redução do preço do diesel
Integrantes do Executivo defendem um corte no preço do diesel, argumentando que uma redução por parte da Petrobras poderia ajudar no controle da inflação, especialmente diante da preocupação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os preços no país. A recente queda na cotação internacional do petróleo tem impulsionado a pressão interna no governo para uma diminuição do valor do combustível, que foi elevado no início do ano e impactou o custo do frete.
Posição do governo e da Petrobras
Apesar da situação ser considerada um "absurdo" nos bastidores, o governo tem evitado uma intervenção direta na Petrobras, acreditando que a empresa e sua diretoria são as mais indicadas para avaliar e decidir sobre o tema. O grupo de acompanhamento de preços inclui a CEO da Petrobras, Magda Chambriard, e outros executivos da estatal.
Em fevereiro, a Petrobras elevou o preço médio do diesel para distribuidoras em mais de 6%, chegando a R$ 3,72 por litro, o primeiro reajuste do produto em mais de um ano. No entanto, com o fortalecimento do real frente ao dólar e a queda do preço do petróleo no mercado internacional (de US$ 82 em janeiro para US$ 72 em março), o cenário para uma redução do preço do diesel se tornou mais favorável.
Cálculos do preço e possíveis impactos
Com base nos dados atuais, o governo estima que o diesel está pelo menos R$ 0,20 mais caro do que deveria estar. Considerando o mercado russo como referência, o valor estaria até R$ 0,40 acima do justo, embora essa referência não seja aceita pela Associação Brasileira dos Importadores de Veículos (Abicom). Um corte nessa faixa resultaria em uma redução de 5,3% a 10,7% no preço do diesel.
O preço cobrado nas refinarias está na faixa de R$ 3, mas, após a mistura do biodiesel, custos de distribuição, revenda e impostos, o preço médio ao consumidor chega a R$ 6,43, segundo pesquisa de preços encerrada em 15 de março.
Política de preços da Petrobras e perspectivas
A nova política comercial da Petrobras, adotada em maio de 2023 no terceiro mandato do presidente Lula, prevê menos variações frequentes nos preços. A empresa justifica que essa política busca evitar reajustes diários e proporcionar estabilidade para os consumidores, praticando preços competitivos e não repassando a volatilidade externa integralmente aos valores internos.
A CEO Magda Chambriard declarou que a política de preços é considerada bem-sucedida, afirmando: "Nós conseguimos abrasileirar os preços dos combustíveis. Tínhamos o objetivo de não repassar para os consumidores a volatilidade dos preços internacionais do petróleo nem a flutuação do câmbio e praticar, ao mesmo tempo, preços competitivos. Acredito que alcançamos esse objetivo".
O governo compreende que as previsões para o preço do petróleo indicam queda em 2025, especialmente no segundo semestre, o que abriria espaço para um corte maior no diesel. Para a gasolina, a tendência para queda decorre principalmente da concorrência com o etanol, cuja produção tem crescido e pode provocar mudanças no comportamento dos consumidores, forçando a Petrobras a reduzir preços para manter mercado.
Nota da Petrobras
A Petrobras informou que substituiu em maio de 2023 sua política de preços baseada exclusivamente na paridade de importação (PPI) por uma estratégia que leva em conta as melhores condições de produção e logística para precificar diesel e gasolina. A empresa monitora diariamente o mercado internacional e seus impactos no Brasil, buscando praticar preços competitivos e evitar repasses de volatilidade externa.
A estatal ressaltou que, por questões concorrenciais, não antecipa decisões sobre reajustes ou manutenção de preços.