Após a prisão de Godofredo Pepey, ex-lutador do UFC, por acusações de sequestro e agressão física e mental nos Estados Unidos, sua esposa, Samara Mello, fez um desabafo contundente nas redes sociais na última quinta-feira (3). Ela revelou ser vítima de violência doméstica e relatou os abusos que sofreu ao longo do relacionamento. O casal se casou em julho de 2024.

Detalhes da prisão e acusações

Godofredo Pepey foi detido na segunda-feira (30) em Deerfield Beach, Flórida, sob acusações graves que incluem sequestro com ferimento corporal, estrangulamento, agressão doméstica, impedir ou dificultar comunicação com a polícia e violência doméstica. A fiança foi fixada em 120 mil dólares, equivalentes a cerca de R$ 651 mil.

O desabafo de Samara Mello

Em sua publicação no Instagram, Samara se identificou como sobrevivente de violência doméstica e criticou o silêncio que ainda predomina na comunidade dos esportes de combate em relação ao tema. Ela afirmou: "Sou imensamente grata por ter sobrevivido para poder, agora, fazer a diferença na vida de outras mulheres".

Samara destacou que a violência pode ser física, emocional, mental, sexual ou financeira, e nenhuma dessas formas é aceitável. Ela também agradeceu o apoio recebido de organizações voltadas para vítimas de violência doméstica, mencionando a liderança de Rose Gracie nesse trabalho.

"Quando a violência acontece dentro de casa, não destrói só uma família, impacta toda a comunidade. Precisamos parar de tratar isso como um segredo, é no silêncio que a violência cresce", afirmou.

Contexto e repercussão

O caso provocou comoção na comunidade das artes marciais, especialmente após o relato da esposa do lutador. Godofredo Pepey teve uma carreira de 22 lutas profissionais, com 14 vitórias e ganhou notoriedade ao ser finalista do 'TUF Brasil' em 2012, além de ter atuado por seis anos no UFC.

Samara pediu que as autoridades do Brasil e do mundo tomem medidas mais efetivas para combater o feminicídio e a violência doméstica, dizendo: "Espero que as autoridades no Brasil e no mundo entendam que o sangue no meu rosto e no meu corpo escorre nas mãos de quem ainda vê o feminicídio como uma estatística, e não faz o suficiente para mudar isso".

Ela finalizou sua mensagem destacando que "Violência doméstica não é um problema particular, é um problema de todos nós".