O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), concluiu nesta semana a definição das chefias regionais da Coordenadoria Especial de Vilas e Favelas, após cerca de três meses da reestruturação administrativa. Ao todo, cinco novos diretores regionais foram nomeados entre os dias 2 e 3 de julho, restando apenas o comando da regional do Barreiro indefinido.

Divisão e Nomeações

A reorganização das regionais foi anunciada logo após a posse de Damião como prefeito, em 4 de abril, dividindo a Coordenadoria de Vilas e Favelas em nove áreas distintas. A medida sucedeu a reforma administrativa implementada por Fuad Noman (PSD) no fim de 2024. Desde então, havia expectativa pela definição das lideranças regionais, especialmente após a mudança de comando na prefeitura devido ao falecimento de Fuad.

Nesta quinta-feira (3), as regionais Nordeste, Venda Nova e Oeste tiveram seus novos chefes definidos. Fábio Dias da Costa Santos, ex-assessor parlamentar do vereador Tileléo (PP), assumiu a regional Nordeste. "Morador da nossa regional que conhece muito bem os bairros aqui da região e já segue comigo na luta há muitos anos e na construção de uma cidade melhor", destacou o vereador Tileléo. Para Venda Nova, o escolhido foi Roberto Elbo Gonçalves, conhecido como "Roberto da Farmácia", ex-vereador do Avante. No comando da regional Oeste, Pedro Lelis Nascimento Moreira, candidato do PP nas eleições de 2024, foi nomeado diretor.

Outras Regiões e Indicações Políticas

Outras nomeações ocorreram na quarta-feira (2): Antônio de Souza Vitor, indicado pelo vereador Cleiton Xavier (MDB), para a Pampulha; Guilherme Novais Sampaio, ex-assessor do vereador Rudson Paixão (Solidariedade), para a regional Norte; e Edson da Silva Santos, indicado pelo vereador José Ferreira (Podemos), para a Noroeste. As regionais Leste e Centro-Sul já tinham anteriormente seus líderes definidos: Gilson Guimarães (PSB) e Júlio César Evaristo de Souza, o Júlio Fessô (PSD), respectivamente.

Barreiro: Regional Aguardando Nomeação

O Barreiro, terceira regional mais populosa de Belo Horizonte, permanece sem chefe desde 17 de abril. O impasse se deve ao peso político da região, que concentra o maior número de representantes na Câmara Municipal, tornando a disputa pelo cargo mais acirrada. A ausência de um diretor reforça a percepção de um embate localizado entre os grupos políticos da capital.

Descontentamento do PSD

A ausência de indicações do PSD, partido do ex-prefeito Fuad Noman, nas recentes nomeações causou incômodo entre os membros da legenda. Segundo o presidente estadual da sigla, deputado Cássio Soares, "nós não fomos procurados pelo prefeito. Temos bons quadros, mas a discricionariedade de nomeações é dele, não vamos ficar correndo atrás". Ele ainda avaliou como "estranha a frieza e o distanciamento de uma equipe fundamental para a vitória".

Contexto Político

A maioria das indicações partiu de vereadores ligados ao grupo político "Família Aro", liderado pelo secretário estadual de Governo, Marcelo Aro (PP), que mantém articulação direta com Damião. Nos bastidores, nomes do PSD chegaram a ser especulados para chefiar regionais, mas não foram efetivados.