{{noticiaAtual.titulo}}

Fonte da imagem: https://otempo.scene7.com/is/image/sempreeditora/pol%C3%ADtica%20congresso-lula-1751549408?qlt=90&ts=1751549550560&dpr=off
Motta e Alcolumbre mantêm postura institucional diante da crise do IOF
Apesar das críticas do governo Lula, dirigentes do Congresso preferem o diálogo e evitam acirrar o embate sobre o imposto
Os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), têm adotado um discurso institucional diante do impasse envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a recente ofensiva do governo federal. Enquanto membros do executivo e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticam abertamente o Congresso, os líderes legislativos preferem evitar a escalada da tensão.
Contexto da Disputa
A polêmica se intensificou após o Congresso Nacional derrubar o aumento das alíquotas do IOF, decisão que Lula classificou como "absurda". O presidente defende a taxação dos mais ricos como forma de preservar recursos para áreas essenciais, como saúde e educação. Segundo Lula, "nós não estamos propondo aumento de imposto, nós estamos fazendo um ajuste tributário nesse país para os mais ricos, para que a gente não precise cortar dinheiro da educação e da saúde".
Respostas do Legislativo
Em resposta à crise, Davi Alcolumbre afirmou que o governo tem "legitimidade" para buscar no Supremo Tribunal Federal (STF) a reversão da decisão, mas sem alimentar o conflito entre os poderes. Hugo Motta negou ter traído o governo e declarou que sua ação visou evitar a elevação da carga tributária para a sociedade, destacando o caráter coletivo da decisão parlamentar. Motta também manifestou disposição em "dialogar com todos" para buscar uma solução.
Repercussão e Tentativas de Negociação
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou ter sido procurado por Motta após a derrubada do decreto e relatou ter buscado consenso com líderes da Câmara, sem sucesso. Haddad ressaltou que Motta sempre teve bom trânsito no Ministério da Fazenda e afirmou: "ele tem que ficar à vontade também. O presidente Hugo Motta frequentou o Ministério da Fazenda como poucos parlamentares. É uma pessoa que é considerada amiga do Ministério da Fazenda, todos aqui, não só de mim. E sabe que tem livre trânsito comigo. Não tem nenhuma dificuldade, da minha parte nenhuma".
Tensões nas Redes e Busca por Pacificação
O episódio gerou ataques a Motta nas redes sociais, incluindo hashtags ofensivas e conteúdos produzidos por inteligência artificial que satirizam sua atuação. Diante das críticas, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, repudiou "ataques pessoais e desqualificados" ao presidente da Câmara. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), reforçou que divergências sobre o IOF não justificam ataques pessoais, e o STF também busca evitar decisões que aumentem a tensão entre os poderes.
Estratégia Eleitoral e Novos Confrontos
Apesar das tentativas de acalmar os ânimos, o governo segue apostando em uma campanha para fortalecer o discurso de justiça social e responsabilizar o Congresso pelo impasse. Em evento na Bahia, Lula exibiu apoio à taxação dos super-ricos, enquanto o PT planeja acirrar o debate em preparação para as próximas eleições. Nos bastidores, há a percepção de que o presidente já não conta com o apoio do Centrão e, por isso, busca fortalecer sua conexão com a população.