NOVA YORK – Empresários brasileiros estão reforçando a necessidade de reformas que equilibrem as contas públicas e diminuam os juros, especialmente em meio à guerra comercial provocada pelo tarifamento imposto pelo presidente Donald Trump. Durante uma série de eventos que trouxeram o Brasil ao foco das atenções em Nova York, o pedido por uma agenda governamental que facilite a atração de investimentos externos para financiar obras e modernizar o parque produtivo foi um tema recorrente.

Contexto Econômico

A taxa de juros brasileira, que recentemente subiu para 14,75% ao ano, fez com que o país se tornasse o terceiro com os maiores juros reais do planeta. Leonardo Souza de Castro, vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), expressou sua preocupação ao afirmar: “O Brasil está num processo de envenenamento lento. Somos um país que aguenta desaforo, mas tudo tem limite”.

Investimentos em Economia Verde

Castro destacou que o Brasil possui potencial para ser um líder na economia verde, mas a falta de investimentos é um obstáculo significativo. Ele questionou: “Como tenho payback num negócio desse? É uma loucura”, referindo-se à alta Taxa Selic que dificulta os financiamentos produtivos. “Estamos, de novo, nos condenando a perder oportunidades porque não temos capacidade de investimento”, completou.

Ações do Governo e do Setor Privado

Recentemente, tanto o governo quanto o setor privado têm se esforçado para transformar a crise mundial, originada pela política comercial protecionista dos EUA, em uma oportunidade para se estabelecer como um destino atrativo para investidores. A viagem do presidente Lula à China, por exemplo, foi planejada com esse objetivo em mente.

Oportunidades para o País

Os empresários presentes na comitiva da CNI nos Estados Unidos estão otimistas com as oportunidades. “Para todo lugar que a gente olha, pensa: ‘tem oportunidade, tem oportunidade, tem oportunidade’”, afirmou Castro. Ele mencionou que setores como o de energia renovável poderiam ser beneficiados por investimentos significativos para se tornarem “indústrias verdes”.

Reformas Necessárias

Castro enfatizou a urgência em abordar a questão das despesas públicas para não perder mais uma janela de oportunidades. Ele solicitou uma colaboração entre os poderes para que o Brasil avance, apontando que a discussão sobre reformas administrativas e da Previdência é crucial, mesmo sendo temas delicados em ano eleitoral.

“Precisamos discutir essa obrigação de gastos. É preciso dar liberdade ao governo para contingenciar gastos. Precisamos de vontade de realmente colocar o Brasil na frente das corporações ou de nós mesmos”, finalizou.