Dados recentes do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que apenas 2,6% dos médicos residentes em Minas Gerais se identificam como pretos. O levantamento revela que existem 59.583 médicos brancos, enquanto o número de médicos pretos no estado é de 1.546.

Formação e Acesso

A socióloga Mara Greide destaca que esses números evidenciam que a formação na área da saúde ainda é direcionada para a elite brasileira. Além da medicina, a odontologia também apresenta uma predominância de profissionais brancos, com 75,3% de representação. Em contrapartida, as formações em áreas como serviço social (13,5%), religião e teologia (11,6%) e enfermagem (9,9%) mostram maior diversidade racial.

Políticas de Inclusão

Greide argumenta que para mudar esse cenário, é necessário que os governos implementem políticas efetivas. Ela cita a política de cotas como uma estratégia bem-sucedida que possibilita a inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade em instituições de ensino de qualidade. "As pesquisas mostram que os alunos que ingressam nas universidades federais através de cotas têm se destacado como excelentes estudantes", afirma.

O Caminho à Frente

A especialista conclui que o Brasil está começando a trilhar um caminho que pode ajudar a reverter as desigualdades raciais nas diversas profissões, especialmente na saúde.