Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerar os resultados da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (26), para moldar os próximos passos de sua reforma ministerial, os ajustes mínimos planejados podem evoluir para uma reforma mais abrangente. A mensagem dos eleitores de oito estados – São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás – foi clara: Lula precisa reconfigurar sua gestão.

Desaprovação em Alta

O levantamento mostrou um aumento significativo na desaprovação do governo, que agora supera a aprovação mesmo em estados onde Lula teve vitórias expressivas em 2022. A maioria dos entrevistados em todas as unidades federativas analisa que o governo precisa mudar de direção nos próximos dois anos. Desde a última medição em dezembro, a desaprovação cresceu notavelmente em vários estados: em São Paulo, subiu de 55% para 69%; em Minas Gerais, de 47% para 63%; na Bahia, de 33% para 51%; e no Paraná, de 53% para 68%. No Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, a desaprovação atingiu 64% e 66%, respectivamente. Em Goiás, o índice foi de 56% para 70%, enquanto em Pernambuco aumentou de 33% para 50%.

Percepção Econômica

A percepção dos eleitores quanto à economia também piorou. 62% dos paulistas, 59% dos mineiros, 60% dos fluminenses, 50% dos baianos, 61% dos paranaenses, 56% dos gaúchos, 51% dos pernambucanos e 58% dos goianos acreditam que a situação econômica deteriorou-se nos últimos 12 meses. A dura realidade dos números só enfatiza a necessidade urgente de investir em comunicação — na publicidade, no digital e, especialmente, nas entrevistas do presidente. Lula deve pautar o debate e falar sobre as realizações do seu governo.

Crescimento da Insatisfação

A insatisfação com a direção que o país está seguindo também aumentou. O percentual de eleitores que acredita que o Brasil está na direção errada chega a 67% em São Paulo e no Rio de Janeiro, 66% em Minas Gerais e no Paraná, 63% no Rio Grande do Sul, 57% na Bahia, 55% em Pernambuco e 68% em Goiás. Entre as preocupações mais urgentes, a violência se destaca em alguns estados: 71% dos entrevistados no Rio de Janeiro consideram-na o maior desafio, assim como 34% em São Paulo, 44% na Bahia e 32% em Pernambuco.

Desafios do Governo

Além da violência, a saúde é uma das principais preocupações de 29% dos mineiros, 26% dos paranaenses, 27% dos gaúchos e 40% dos moradores de Goiânia. Ricardo Lewandowski terá a tarefa de demonstrar ações que mostrem o comprometimento do governo com a segurança pública. Sua principal iniciativa, a PEC da Segurança, pode ser vista como insuficiente para os eleitores. O governo federal também enfrenta críticas por não dar a devida atenção aos estados. Essa visão foi compartilhada por 50% dos baianos, 46% dos pernambucanos, 53% dos paulistas, 56% dos mineiros, 52% dos fluminenses, 56% dos paranaenses, 60% dos gaúchos e 49% dos goianos.

Rejeição a Lula e Bolsonaro

A pesquisa ainda aponta índices elevados de rejeição ao presidente Lula. Em Minas Gerais, a rejeição chega a 62%, enquanto em São Paulo é de 66%, no Rio de Janeiro 58%, na Bahia 39%, no Paraná 68%, no Rio Grande do Sul 62%, em Pernambuco 40% e em Goiás 67%. Em comparação, a rejeição ao ex-presidente Jair Bolsonaro é superior à de Lula apenas na Bahia (60%) e em Pernambuco (56%). Nos outros estados, os índices são 53% em São Paulo, 51% em Minas Gerais, 49% no Rio de Janeiro, 44% no Paraná, 51% no Rio Grande do Sul e 41% em Goiás.