O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou ter “certeza” de que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, “jamais será contra” a exploração de petróleo na Margem Equatorial brasileira, uma faixa no litoral Norte do Brasil entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, também conhecida como Foz do Amazonas.

Pressão pelo avanço das pesquisas

Lula tem aumentado a pressão sobre o tema, que enfrenta resistências em órgãos ambientais do governo. A fala de Lula foi feita em entrevista para a Rádio Clube do Pará. "Tenho certeza que a Marina jamais será contra, porque ela é uma pessoa muito inteligente. O que ela quer, não é 'não fazer', mas é 'como fazer'. Isso é uma coisa que eu quero, ela quer e você quer. Como fazer para a gente não ser predatório com a nossa querida Amazônia”, disse, acrescentando que “por isso, acho que a gente vai fazer".

Pesquisa antes da exploração

Lula ressaltou que haverá investigação prévia à exploração e mencionou que o governo paga uma sonda que custa US$ 500 mil por dia, a qual está paralisada. “Você acha pouco? E essa sonda está paralisada. Precisamos colocar ela para funcionar, para fazer pesquisa. Se não achar petróleo, tudo bem, vamos procurar em outro lugar. Mas se tiver, temos que saber como explorá-lo”, destacou, reforçando que o lucro da exploração poderia ser usado para a criação de uma “política mais forte de fiscalização".

Críticas ao Ibama

Na quarta-feira (12), Lula enfatizou seu desejo de explorar petróleo na Foz do Amazonas e criticou a posição do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que resiste à exploração. Ele afirmou que não dá para “ficar nesse lenga-lenga" com o Ibama, que integra o governo, "parecendo que é um órgão contra o governo”. “Nós precisamos autorizar que a Petrobras faça pesquisa. É isso que nós queremos. Se depois a gente vai explorar, é outra discussão”, afirmou em entrevista para a Rádio Diário FM, de Macapá (AP).

Nota de Marina Silva

Por meio de nota, Marina Silva disse que “não cabe” a ela, como ministra, "exercer qualquer influência sobre essas licenças, do contrário, não seriam técnicas”. “Também não é do Ibama ou do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) a competência para a definição do caminho da política energética brasileira, mas do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)", completou, enfatizando que a decisão seguirá "estreita observância ao que diz a lei".