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Juliana Leite Rangel sobrevive a tiro da PRF enquanto tentava proteger seu irmão
Após deixar o CTI, jovem fala sobre o incidente que quase custou sua vida em Duque de Caxias.
Juliana Leite Rangel, baleada na cabeça por agentes da PRF em Duque de Caxias (RJ), disse que foi atingida no momento em que pedia para o irmão se abaixar enquanto os tiros eram disparados. Ela fez uma traqueostomia, um procedimento cirúrgico na traqueia para facilitar a respiração. "Tomei o tiro tentando salvar meu irmão. Eu mandei ele se abaixar porque ele é deficiente visual", disse, em entrevista ao Fantástico veiculada neste domingo (26). Juliana deixou o Centro de Terapia Intensiva (CTI) neste final de semana. "Quero agradecer a todos que acreditaram em mim, que eu ia voltar. Eu voltei, gente, por um milagre", afirmou a jovem.
Investigação em Andamento
Em nota, a PF disse que "as investigações seguem em andamento, aguardando a conclusão da perícia técnica criminal do local do crime". A defesa dos três policiais reafirmou o que eles disseram em depoimento. "Durante a abordagem foram ouvidos estampidos e que, naquele momento, os agentes acreditaram que o barulho vinha do carro da família. Isso os levou a efetuar os disparos."
Circunstâncias da Abordagem
O caso aconteceu na véspera de Natal, quando Juliana estava no carro com a família, a caminho de Niterói, para a ceia de Natal. O pai da vítima, Alexandre Rangel, relatou que mais de 30 tiros foram disparados em série pelos agentes. Os policiais alegaram que abriram fogo porque o carro onde estava Juliana teria atirado primeiro. Alexandre detalhou que também precisou deitar para se proteger e, mesmo sem enxergar a pista, conseguiu conduzir o carro até o acostamento. "Eu falei que 'aqui tem família, aqui tem família'. Eles falaram: 'Vocês atiraram na gente'. Eu falei: 'Nem arma eu tenho. Como eu vou atirar em vocês se nem arma eu tenho? Eu só tenho família'", afirmou.
Reações Oficiais
O superintendente geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, classificou o caso como "um evento traumático". Já o superintendente da PRF no Rio, Vitor Almada, confirmou que a patrulha era feita por três agentes -dois homens e uma mulher- que portavam dois fuzis e uma pistola automática. Os nomes dos policiais não foram informados, o que impossibilitou localizar a defesa dos envolvidos. A conduta dos agentes é investigada em um procedimento do Ministério Público Federal, que abriu investigação no dia 25 de dezembro.