O tarifaço instaurado pelo ex-presidente Donald Trump, que passará a valer a partir de sexta-feira, 1º de agosto, atingirá 75% das importações de alimentos dos Estados Unidos. Essa medida pode comprometer negócios estimados em cerca de US$ 163 bilhões. A informação foi divulgada por um estudo da Tax Foundation, organização que acompanha dados globais sobre impostos.

Detalhes do Estudo

Segundo o levantamento, em 2024 os EUA importaram aproximadamente US$ 221 bilhões em produtos alimentícios, dos quais US$ 163 bilhões estarão sujeitos às novas tarifas. Atualmente, as taxas impostas variam entre 10% e 30%, mas poderão ultrapassar 30% para alguns países com a implementação das tarifas recíprocas a partir de agosto.

Principais Parceiros Comerciais

Os cinco maiores exportadores de alimentos para os EUA são México, Canadá, União Europeia, Brasil e China, juntos representando 62% das importações. No caso do Brasil, que terá tarifas de 50%, o comércio com os EUA no setor alimentício alcança cerca de US$ 7,4 bilhões.

Exemplo citado pelo estudo é o café brasileiro, que sob as novas regras enfrentará tarifa de 50%. A Tax Foundation observa que, devido ao perfil único do café brasileiro, não é possível reproduzi-lo nos EUA, o que pode levar consumidores a pagar mais pelo produto importado em vez de optar por alternativas locais.

Impactos Econômicos

Para a União Europeia, que negociou uma taxa fixa de 15%, as transações alimentícias com os EUA somam US$ 31 bilhões. Economistas do estudo destacam que as tarifas sobre alimentos terão efeitos distintos das aplicadas a insumos industriais e bens de consumo, devido a limitações na produção nacional nos EUA, como escassez de terras e clima inadequado para certos cultivos.

Além disso, a preferência dos consumidores americanos por produtos estrangeiros sugere que as tarifas provavelmente elevarão os preços e poderão prejudicar os consumidores, contrariando a intenção de estimular a produção interna e gerar empregos.