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Fonte da imagem: https://www.otempo.com.br/content/dam/otempo/editorias/economia/2025/7/29/economia-terras_raras-mineracao-magbras-1753824840.jpeg
Minas inicia projeto de separação de elementos de terras raras
Projeto MagBras avança em MG com amostra de minerais brasileiros e investimento bilionário da ST George
O projeto MagBras, liderado pelo Centro de Inovação e Tecnologia para Ímãs de Terras Raras (CIT SENAI ITR), recebeu a primeira amostra de minerais brasileiros de óxidos de terras-raras, marca importante para o desenvolvimento da cadeia produtiva nacional desses elementos.
Entrega da amostra e importância para o projeto
A amostra foi entregue pela mineradora australiana ST George, responsável pelo Projeto Araxá, localizado no Alto Paranaíba. Esta é a primeira participação de um lote de terras raras brasileiras processadas localmente, permitindo o avanço das atividades de separação dos elementos para aplicação posterior.
Parceria e investimento
Lançado oficialmente em julho de 2025, o projeto "MagBras - da Mina ao Ímã" une 38 empresas, startups, centros de inovação, instituições de pesquisa, universidades e fundações de apoio, totalizando um investimento de R$ 73 milhões. Seu objetivo é consolidar uma cadeia produtiva nacional de ímãs permanentes baseados em terras-raras, essenciais para setores de tecnologia avançada, energia limpa, mobilidade elétrica e defesa.
Inovação em laboratório
Um dos destaques do projeto é o LabFabITR, o primeiro laboratório-fábrica de ímãs e ligas de terras raras do hemisfério sul, adquirido pelo CIT SENAI em dezembro de 2023. A amostra entregue apresenta mais de 95% de concentração de óxidos de Elementos de Terras Raras (ETRs), com impurezas inferiores a 0,2%, o que demonstra a eficiência do processo para retirada de contaminantes.
Composição da amostra e aplicações
O material contém cerca de 20% de materiais magnéticos principais, como Neodímio (Nd) e Praseodímio (Pr), fundamentais para a produção dos ímãs usados na eletrificação e geração de energias limpas. Também destaca-se a presença significativa de Samário (Sm) e Disprósio (Dy), importantes para aplicações magnéticas, especialmente na indústria automotiva e fabricação de carros elétricos.
Thiago Amaral, diretor de ESG e Desenvolvimento da ST George Brasil, comenta: "Com essa concentração, fica nítido que conseguimos que o nosso processo chegasse a um bom material. Significa que o processo foi muito eficiente para retirar as impurezas".
Potencial estratégico do Brasil
O projeto é relevante porque, apesar do Brasil possuir a segunda maior reserva mundial de terras-raras e controlar 25% das reservas globais, ainda não realizava o refino desses minerais para retirada das impurezas. O país ocupa uma posição estratégica no cenário mundial de recursos naturais, despertando inclusive interesse dos Estados Unidos.
Em reunião recente, o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, tratou do tema com representantes do Instituto Brasileiro de Mineração. Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil não deve ceder a interesses estrangeiros sobre esses minerais, declarando: "Aí eu fico sabendo que os EUA vão ajudar a Ucrânia, mas está querendo ter privilégio nos minerais críticos da Ucrânia. Que os EUA têm interesse nos minerais críticos do Brasil. Olha, se eu nem conheço esse mineral e ele já é crítico, vou pegar ele pra mim. Por que eu vou deixar pra outro pegar?".
Investimento da ST George em Minas Gerais
Ao final de 2024, o governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e da Invest Minas, firmou acordo com a ST George para aporte privado de R$ 2 bilhões nos próximos anos em Araxá. O investimento visa à extração de Nióbio e Elementos de Terras Raras na região.
A construção da mina está prevista para 2026, com início das operações em 2027, e capacidade produtiva anual estimada em até 20 mil toneladas de Nióbio e ETRs, contemplando as fases de estudo, desenvolvimento e operação.