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Marcos Lisboa: ‘Governo acena mais para a militância do que para o país’
Em entrevista ao PlatôBR, o economista critica a postura do governo diante da crise global e destaca os impactos das pressões dos lobbies empresariais na economia brasileira.
O economista Marcos Lisboa, ex-presidente do Insper e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, falou sobre a crise econômica global e os desafios do Brasil em entrevista ao PlatôBR. Segundo ele, o governo brasileiro tem demonstrado uma postura mais voltada para agradar a militância do que para pensar no longo prazo do país.
Contexto da crise global e postura do Brasil
Lisboa aponta que a crise dos Estados Unidos afeta o mundo inteiro, mas defende que o Brasil deve evitar entrar em conflitos comerciais e deixar que outras nações negociem com diplomacia e profissionalismo. "A bravata agrada a militância. Tarifas de importação vão penalizar o Brasil. Se colocar, quem vai perder é o Brasil. Assim como os Estados Unidos vão perder com a agenda atual", afirmou.
Abertura econômica e influência dos lobbies
O economista critica a lentidão do Brasil na abertura econômica e atribui isso à pressão dos lobbies empresariais não competitivos que buscam proteção estatal. "O Brasil é refém desses lobbies há muito tempo", destacou. Ele observou que esquerda e direita no país acabam apoiando uma agenda patrimonialista que beneficia corporações em detrimento do crescimento econômico e da competitividade.
Perspectivas para a economia brasileira
Lisboa prevê um cenário difícil para o Brasil, com uma crise fiscal grave a partir do próximo ano e limitações para o Banco Central reduzir os juros. "Eu acho que tem uma crise fiscal contratada e baixo crescimento econômico", avaliou. Ele também criticou o arcabouço fiscal vigente e citou diversos fatores que agravam o problema, como o impacto de decisões judiciais no gasto público e subsídios cruzados no setor elétrico.
Recomendações e críticas ao governo
Para Marcos Lisboa, o Brasil deveria focar em negociações comerciais discretas e expandir acordos internacionais, agenda que o país tem postergado há décadas. Ele lamenta que o governo atual esteja mais preocupado em agradar sua base política do que em implementar políticas econômicas sólidas para o futuro. "O Banco Central parece ser o único adulto na casa há muito tempo", observou.
O economista finalizou destacando que a redução dos juros depende da organização da política fiscal e alerta para a possibilidade de juros elevados permanecerem por muito tempo caso o ajuste não ocorra.