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Aeroportos brasileiros registram aumento nas exportações para os EUA às vésperas da tarifa de 50%
Movimentação de cargas nos principais aeroportos do país cresce devido à expectativa de cobrança da nova tarifa americana a partir de 1º de agosto
A menos de uma semana da entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelo presidente americano Donald Trump ao Brasil, aeroportos brasileiros têm registrado um aumento significativo na movimentação de cargas enviadas aos Estados Unidos. A cobrança da sobretaxa está prevista para começar no dia 1º de agosto, próxima sexta-feira.
Aumento nas exportações
O Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, informou que desde a última sexta-feira (25) houve um crescimento "expressivo" nos envios e nos pedidos de agendamento para despacho de cargas destinadas aos EUA. Os principais produtos exportados incluem calçados, frutas, cimento, automotivos e peças agrícolas, originários de regiões como Franca (SP), ABC Paulista, Bahia e Espírito Santo.
A GRU Airport, concessionária do terminal, tem orientado as empresas a confirmarem suas reservas antes de enviar as cargas, para evitar o acúmulo no armazém de exportação. "A recomendação é que os volumes sem confirmação de reserva e/ou com intervalo igual ou superior a 48 horas para o voo não sejam enviados para o armazém de exportação", destacou a empresa, ressaltando que a falta dessa confirmação impacta negativamente a logística e a disponibilidade de carga para as companhias aéreas.
Demanda nos aeroportos do país
Na região Sul, a Fraport Brasil, concessionária do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, reportou um aumento de 58% na demanda por operações de exportação para os Estados Unidos nas últimas duas semanas. Já o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), estima que cerca de 85 mil toneladas por ano sejam exportadas para os EUA por meio do seu terminal de carga, o equivalente a um terço do total nacional.
A operadora de Viracopos monitora os impactos da tarifa, mas ainda não observou grandes alterações no fluxo de cargas. No entanto, houve um caso específico em que uma empresa do setor de agronegócios antecipou o envio de máquinas usadas pelo modal aéreo, ao invés do modal marítimo inicialmente planejado. "São 48 toneladas de peças que seriam levadas via Porto de Santos, mas foram transportadas nesta semana pelo aeroporto", explicou a empresa.
Impactos na economia e setores afetados
A cobrança da sobretaxa já vem afetando diferentes setores da economia brasileira antes mesmo de entrar em vigor. As exportações de manga para os EUA, principal fruta in natura exportada para aquele país segundo a Abrafrutas, tiveram negociações suspensas. A laranja, outra mercadoria relevante, é exportada principalmente em forma de suco.
O setor de pescados anunciou suspensão das exportações aos EUA, destino de cerca de 70% da produção nacional, medida que pode inviabilizar o setor até a abertura de novos mercados. Além disso, frigoríficos de Mato Grosso do Sul suspenderam a produção de carnes destinadas ao mercado americano, mantendo a produção para o mercado interno e buscando alternativas no exterior.