{{noticiaAtual.categoria.titulo}}

{{noticiaAtual.titulo}}

{{clima.temp}} °C

{{clima.description}} em

{{relogio.time}}

{{relogio.date}}
Associação que inclui Coca-Cola e Nestlé pressiona governo Trump sobre tarifas ao Brasil
Fonte da imagem: https://otempo.scene7.com/is/image/sempreeditora/mundo-coca-cola-refrigerante-donald_trump-1753372258?qlt=90&ts=1753490654008&dpr=off

Associação que inclui Coca-Cola e Nestlé pressiona governo Trump sobre tarifas ao Brasil

Entidade alerta que tarifas de 50% podem prejudicar consumidores norte-americanos e destaca dependência de insumos brasileiros por empresas nos EUA

Por Admin

28/07/2025 13:00 · Publicado há 17 horas
Categoria: Economia

A Associação das Marcas de Bens de Consumo (Consumer Brands Association), que representa grandes empresas como Coca-Cola, PepsiCo, Nestlé e Kellog, está pressionando o governo do presidente Donald Trump para negociar a redução das tarifas de 50% impostas sobre produtos brasileiros. A entidade argumenta que muitas companhias americanas dependem de bens de consumo importados do Brasil, pois não estão disponíveis no mercado interno dos Estados Unidos, e que a manutenção dessas tarifas pode penalizar os consumidores norte-americanos.

Dependência de insumos brasileiros

Segundo a associação, que atua no setor de manufatura doméstica e produtos embalados nos EUA, aproximadamente 10% dos insumos utilizados pelas empresas são recursos naturais indisponíveis nos Estados Unidos e precisam ser importados do Brasil. O vice-presidente de Resiliência da Cadeia de Suprimentos da associação, Tom Madrecki, explicou que esses insumos incluem ingredientes como café e polpa de eucalipto, utilizados na fabricação de papel higiênico e produtos de higiene menstrual, que são altamente absorventes e essenciais para a produção.

Madrecki informou que a entidade compartilhou com órgãos do governo americano uma lista detalhada dos produtos importados do Brasil, que são indispensáveis para as cadeias produtivas. Entre os principais itens estão café verde, polpa de eucalipto, polpa kraft branqueada de madeira macia do norte, derivados de café, cacau, goiaba, manga, uvas, gengibre e pimenta-do-reino. Ao todo, são 22 produtos que em 2024 somaram importações de quase US$ 4 bilhões.

Impacto das tarifas sobre os consumidores

Madrecki alertou que tarifas dessa magnitude trariam um impacto sério para os consumidores americanos, que enfrentariam aumento nos preços dos alimentos e outros produtos essenciais. "Esses 10% são o que chamaríamos de recurso natural indisponível. É um ingrediente ou um insumo que fundamentalmente não pode crescer ou não está disponível nos EUA", disse ele. O vice-presidente destacou que a associação tem se empenhado em esclarecer o governo dos EUA sobre a complexidade das cadeias de suprimentos e para mostrar que a tarifa não protegeria as indústrias americanas, mas sim prejudicaria o acesso a insumos essenciais.

Negociações e precedentes para o Brasil

Sobre o café, Madrecki comentou que algumas empresas consideraram substituir os grãos brasileiros por produtos do Vietnã ou México, mas que a qualidade e os preços desses novos fornecedores não são equivalentes. Ele ainda destacou que o governo brasileiro poderia usar precedentes existentes, como o plano de tarifas para a Indonésia, que prevê tarifas menores para produtos sem equivalente nos EUA, como o óleo de palma. "Há um precedente potencial. Não posso dizer com qualquer nível de certeza que sabemos exatamente o que acontecerá para o Brasil, mas aponta para uma oportunidade para as autoridades brasileiras e para a equipe comercial brasileira irem aos EUA e dizer, isso importa para nós", afirmou.

Apoio e diálogo entre Brasil e EUA

O governo brasileiro tem contado com a iniciativa do setor privado para sensibilizar as autoridades americanas sobre a importância de abrir negociação. Contatos extraoficiais já foram realizados, já que os canais formais ainda não foram totalmente abertos. O ministro Fernando Haddad recebeu a informação do Tesouro americano de que a negociação precisa de aval da Casa Branca, que é o órgão responsável pela decisão.

Recentemente, o vice-presidente brasileiro Geraldo Alckmin também conversou diretamente com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reforçando a importância da negociação para o Brasil, mas obteve resposta semelhante, indicando que a decisão está na Casa Branca.

Importância do Brasil para o mercado americano

O Brasil é responsável por uma grande parte das importações americanas em vários setores: representa de 65% a 70% das importações de suco de laranja, é o maior fornecedor individual de café para os EUA (entre 20% e 30% conforme as safras), responde por 12% da oferta de açúcar de cana e 9% da carne bovina. Também está entre os maiores fornecedores de aeronaves e peças, especialmente devido à Embraer, além de ser um importante fornecedor de produtos químicos usados na produção de medicamentos e de petróleo bruto (com cerca de 5% a 6% das importações americanas).

Esse site usa cookies.

Nós armazenamos dados temporariamente para melhorar a sua experiência de navegação e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento.

Termos de uso & Política de privacidade