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Brasil denuncia tarifas comerciais e obtém apoio internacional na OMC
Em discurso na Organização Mundial do Comércio, o Brasil critica o uso de tarifas como forma de coerção e alerta para riscos à economia global
Em reunião realizada na Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta quarta-feira, 23 de julho, o Brasil manifestou sua condenação ao uso de tarifas como instrumento de coerção e ameaça econômica, destacando os riscos que essas práticas representam para a estabilidade econômica global. A declaração do embaixador Philip Gough, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, foi apoiada por cerca de 40 países, incluindo membros do Brics, União Europeia e Canadá.
Discurso do Brasil e críticas às tarifas arbitrárias
Durante seu pronunciamento, Gough alertou para o perigo de tratar negociações comerciais como “jogos de poder”, classificando isso como um caminho perigoso que pode levar à instabilidade e até à guerra. Ele afirmou que “tarifas arbitrárias, anunciadas e implementadas de forma caótica, estão desestruturando as cadeias globais de valor e correm o risco de lançar a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação.”
Paralisação do mecanismo de disputas da OMC e propostas brasileiras
O representante brasileiro também destacou a situação atual do mecanismo de disputas da OMC, que está paralisado devido ao bloqueio imposto pelos Estados Unidos. Segundo ele, essa paralisação compromete gravemente a capacidade da organização de aplicar e fazer cumprir suas decisões. Diante disso, defendeu uma reforma estrutural da OMC para restaurar seu papel como fórum legítimo para a resolução de controvérsias e defesa das economias em desenvolvimento.
Gough afirmou que, caso as negociações com Washington não avancem, o Brasil utilizará “todos os meios legais disponíveis para defender nossa economia e nosso povo”, incluindo o sistema próprio de resolução de controvérsias da OMC.
Resposta dos Estados Unidos e acordos comerciais
Embora não tenha sido mencionado diretamente no discurso brasileiro, a delegação dos Estados Unidos respondeu às críticas, expressando preocupação com a competição desigual enfrentada por trabalhadores e empresas norte-americanas diante de países que não respeitam as regras da OMC. Os EUA mencionaram a necessidade de proteger seus interesses sem citar diretamente a disputa comercial em curso.
Em paralelo, os EUA têm firmado acordos comerciais bilaterais com diversos países, visando reduzir ou suavizar as tarifas aplicadas. Entre esses estão Japão, Reino Unido, Vietnã, Indonésia, China e Filipinas, com percentuais de tarifas recíprocas menores que os inicialmente anunciados. O acordo com o Japão, por exemplo, prevê investimentos de US$ 550 bilhões e tarifas de 15%, abaixo dos 25% previstos inicialmente.
Retaliações e impactos para o Brasil
A China foi a única a retaliar diretamente, aumentando tarifas que depois foram negociadas e reduzidas. Outros países, incluindo União Europeia, Canadá e Brasil, optaram por manter o diálogo direto com os Estados Unidos. O Brasil é o país que lidera a lista de nações notificadas pelos EUA com a maior tarifa anunciada, de 50%, que deve entrar em vigor em agosto.