{{noticiaAtual.titulo}}

Fonte da imagem: https://otempo.scene7.com/is/image/sempreeditora/economia-irpf-2025-imposto-de-renda-receita_federal-1745528561.jpg
Construtoras ampliam lançamentos e vendas com nova faixa do Minha Casa, Minha Vida
Nova faixa 4 do programa atende consumidores de classe média-alta com crédito subsidiado e juros mais baixos
As construtoras que trabalham com imóveis de até R$ 500 mil ampliaram significativamente seus lançamentos e vendas no segundo trimestre de 2025. Esse crescimento foi impulsionado pela criação da faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que entrou em vigor em maio e passou a abranger empreendimentos que antes apresentavam baixa liquidez.
Impacto da faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida
A faixa 4 foi criada para cumprir uma promessa de campanha do governo Lula, com o objetivo de atender consumidores de classe média-alta, cuja renda mensal varia entre R$ 8,6 mil e R$ 12 mil. Este público vinha sendo impactado negativamente pelo aumento dos juros nos financiamentos, que chegaram a 12% a 13% ao ano. Com a nova faixa, o crédito oferece taxas subsidiadas em torno de 10,5% ao ano, valor inferior aos praticados fora do MCMV.
Para viabilizar essas condições, o governo utilizou recursos provenientes do fundo de exploração do pré-sal.
Desempenho das construtoras
No segundo trimestre de 2025, as maiores construtoras listadas na Bolsa — Cury, Direcional, MRV, Plano & Plano e Tenda — lançaram empreendimentos avaliados em R$ 9 bilhões, o que representa um crescimento de 28,3% em relação ao mesmo período de 2024. As vendas líquidas chegaram a R$ 8,2 bilhões, aumento de 12,3%.
Segundo Ricardo Paixão, diretor financeiro e de relações com investidores da MRV, "A venda está bastante forte no Minha Casa Minha Vida, com a demanda aquecida. Por isso temos sido mais agressivos em lançamentos". Ele acrescenta que a faixa 4 já representa cerca de 20% dos lançamentos da empresa, que não cria projetos específicos para essa faixa, mas enquadra os já em desenvolvimento.
Com os juros mais baixos, a MRV tem notado uma melhora no acesso das famílias à casa própria e tem utilizado estratégias para facilitar a compra, como a redução do parcelamento do valor da entrada.
Na Cury, o diretor de Relações Institucionais e com Investidores, Ronaldo Cury, destacou que "Lançamentos, vendas e repasses estão muito saudáveis, com geração de caixa forte. Não podemos reclamar de nada". Ele atribui o desempenho favorável aos ajustes no MCMV, que fizeram com que 94% dos projetos da empresa se enquadrassem no programa, ante 70% anteriormente. O preço médio dos imóveis na Cury foi de R$ 337,8 mil no segundo trimestre, com alta de 8,8% na comparação anual.
Ricardo Gontijo, presidente da Direcional, afirmou que a faixa 4 "trouxe para o mercado uma quantidade muito grande de famílias que, antes, não conseguiam comprar" e que a empresa está otimista com a demanda por imóveis até R$ 500 mil, prevendo crescimento das vendas no segundo semestre.
A Emccamp, com sede em Belo Horizonte e atuação em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, planeja dobrar o volume anual de lançamentos entre 2025 e 2027, visando R$ 2 bilhões em negócios. O diretor financeiro André Avelar comentou que a faixa 4 gerou ganho de liquidez para a empresa, incluindo projetos com apartamentos acima de R$ 350 mil que antes eram comercializados fora do programa, a juros maiores.
Perspectivas para o mercado
O segmento de habitação popular tem apresentado resultados positivos e expectativas otimistas para o futuro próximo, impulsionados pelas condições de financiamento mais acessíveis proporcionadas pela faixa 4 do MCMV. As construtoras ajustam suas estratégias para aproveitar essa oportunidade, buscando ampliar lançamentos e vendas.