O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aposta que a possível continuidade da queda do dólar pode amenizar o provável aumento no preço do diesel pela Petrobras. Apesar da crise provocada pela alta dos preços dos alimentos, interlocutores no Planalto e em outros ministérios monitoram a situação, mas minimizam o impacto do reajuste nesses produtos e até mesmo a possibilidade de uma greve de caminhoneiros.

Expectativas sobre o preço do diesel

A aposta de integrantes do governo é que as melhorias no cenário econômico podem atenuar o impacto do reajuste no diesel, cujo aumento poderia ficar em torno de R$ 0,34 por litro, segundo cálculos de auxiliares do presidente. Após ultrapassar a marca de R$ 6, a cotação do dólar apresentou quedas sucessivas neste início de ano, encerrando a quarta-feira (29) cotada a R$ 5,84.

Posição da Petrobras

Conselheiros da Petrobras acreditam que a variação cambial pode, inclusive, anular o aumento no combustível. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, informou ao presidente Lula que o preço do diesel deve ser reajustado, pois não passa por alterações desde 2023. No entanto, não há necessidade de elevar os preços do gás de cozinha e da gasolina no momento.

Impacto da defasagem de preços

A diretoria da Petrobras apresentou um balanço ao seu conselho sobre o cumprimento da política de preços no último trimestre de 2024, defendendo que, apesar das defasagens em relação às cotações internacionais, a política foi respeitada ao garantir a venda de combustíveis acima do preço de custo, mas abaixo dos valores praticados por concorrentes.

Possíveis consequências do reajuste

Embora o governo minimize o impacto de um eventual reajuste no diesel, há monitoramento sobre as possíveis reações, incluindo a insatisfação dos caminhoneiros e seu efeito sobre o preço dos alimentos. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) está atenta a possíveis movimentos da categoria, lembrando que uma greve em 2018 causou desabastecimento e afetou a popularidade do governo na época.

Previsões e controle da inflação

Em caso de confirmação do reajuste, a expectativa é de que o impacto no preço dos alimentos não seja imediato, pois um aumento costuma demorar para se refletir nas prateleiras. A esperança é de que a inflação dos alimentos permaneça controlada, especialmente com a queda do dólar. Contudo, a elevação do ICMS na gasolina, a partir de sábado (1), poderá influenciar o preço do diesel, gerando um acréscimo de R$ 0,10 por litro nas bombas.