A indústria da mineração brasileira enfrenta um desafio significativo diante da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos minerais brasileiros, conforme anunciado por Donald Trump. O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) manifestou-se na noite de sexta-feira (11) destacando o impacto negativo dessa medida.

Posicionamento do Ibram

O Ibram afirmou que essa tarifa "obriga o Brasil a buscar novos parceiros no mercado mundial, abandonando uma parceria histórica com os EUA, que beneficia ambos os países". A entidade classificou a imposição como unilateral, sem fundamentação técnica ou econômica convincente, que prejudica o ambiente de negociações do comércio internacional de minérios. "Este Ibram apresenta publicamente seu repúdio à atitude do governo norte-americano, e espera que tal anúncio não se concretize", declarou em nota.

Impacto nas exportações brasileiras

Os EUA são responsáveis por 4% das importações brasileiras de minérios, ocupando a 12ª posição em volume total. Entre os produtos exportados ao país estão ouro (4,9% do total exportado em 2024), pedras naturais e rochas ornamentais (31,4%), ferro (0,7%), caulim (18,3%) e nióbio (7,1%).

Repercussões para o setor mineral e economia

Além do impacto direto no setor mineral, que representa 47% do saldo positivo da balança comercial brasileira em 2024, o anúncio preocupa devido aos investimentos previstos pela indústria de mineração, estimados em US$ 68,4 bilhões até 2029, que podem ser reavaliados para baixo. O Ibram ressalta ainda que a pressão dos custos externos, somada à alta carga tributária interna, compromete a competitividade internacional do Brasil no setor.

Expectativas e desafios futuros

O setor mineral brasileiro espera que as relações comerciais sejam guiadas por previsibilidade, diálogo e respeito mútuo. O Ibram ressaltou que, mesmo recentemente, o governo dos EUA demonstrava interesse em adquirir minérios estratégicos brasileiros. A inclusão dos minérios nas políticas tarifárias americanas surpreende e desafia o Brasil a buscar novas parcerias comerciais, afastando-se da tradição bilateral com os Estados Unidos.