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Setores da saúde manifestam preocupação com retaliação brasileira ao tarifaço de Trump
Indústria farmacêutica nacional alerta para possíveis impactos na importação de insumos e equipamentos médicos dos EUA
A indústria farmacêutica brasileira não teme o aumento de 50% nas tarifas dos Estados Unidos para produtos fabricados no Brasil, anunciado pelo presidente Donald Trump em 9 de julho de 2025. Segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), o Brasil não exporta medicamentos para os EUA.
Temores com a retaliação brasileira
O receio do setor reside numa possível retaliação do governo brasileiro, que poderia aumentar a tributação sobre medicamentos importados dos Estados Unidos, conforme previsto na Lei de Reciprocidade Econômica. Sindusfarma alerta que essa medida pode prejudicar o sistema de saúde brasileiro, especialmente produtos de alta complexidade, que são majoritariamente adquiridos pelo Ministério da Saúde e empresas da Saúde Suplementar vinculadas a indústrias farmacêuticas americanas instaladas no Brasil.
Posicionamento do Ministério da Saúde
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), em agenda na Região Metropolitana de Belo Horizonte, negou estudos sobre a quebra generalizada de patentes como retaliação ao tarifaço de Trump. Segundo ele, "O Brasil é um país que respeita a propriedade intelectual e atrai investimentos por conta disso. O Brasil sempre foi um defensor da propriedade intelectual e defende a utilização de mecanismos como esse dentro dos princípios do chamado Acordo Tríplice, da Organização Mundial do Comércio".
Preocupação da indústria farmacêutica de pesquisa
A Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), que representa 41 laboratórios globais, classificou como alarmantes as declarações do governo brasileiro sobre possíveis medidas como licenciamento compulsório de medicamentos, que equivalem à quebra de patentes. A associação destaca a importância do Brasil como principal mercado farmacêutico da América Latina e alerta que tais medidas podem prejudicar investimentos em pesquisa e desenvolvimento, além da viabilidade econômica das empresas internacionais estabelecidas no país.
Impacto no setor de saúde e cadeia produtiva
Giovanni Cerri, presidente do Conselho de Administração do Instituto Coalizão Saúde (ICOS), ressalta que o setor de saúde brasileiro depende fortemente da importação de tecnologias, equipamentos e insumos estratégicos, com mais de 70% dos produtos utilizados na cadeia assistencial oriundos do exterior. Apesar disso, ele avalia que o impacto direto do tarifaço pode ser relativamente limitado para a maioria dos segmentos devido à possibilidade de substituição por fornecedores europeus ou asiáticos. Contudo, segmentos como tecnologia médico-hospitalar e diagnóstico laboratorial podem ser diretamente afetados, enquanto prestadores de serviços assistenciais sofrerão indiretamente pelo aumento de custos operacionais.