Os Estados Unidos informaram às autoridades brasileiras sobre a chegada de um novo voo com deportados, programado para o dia 7 de fevereiro. O anúncio acontece em meio a queixas públicas do governo brasileiro sobre maus-tratos a um grupo de deportados que desembarcou em Confins no último sábado (25), também em um voo fretado pelos EUA.

Criticas ao Tratamento de Deportados

O Itamaraty declarou que os brasileiros receberam "tratamento degradante" durante a deportação, com algemas nos pés e mãos. Embora o uso de algemas seja uma prática comum em voos de deportação, os relatos incluem agressões e restrições para uso de banheiros. Além disso, falhas técnicas na aeronave e a falta de ar-condicionado foram registradas.

Diálogo com o Governo Americano

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende propor à administração de Donald Trump a criação de um grupo de trabalho para discutir as deportações de migrantes brasileiros. O objetivo é buscar garantias de segurança no transporte e tratamento digno para os deportados. Essa proposta foi debatida em uma reunião no Palácio do Planalto com ministros e autoridades.

Acolhimento no Aeroporto de Confins

Foi decidido que um posto de acolhimento será criado no aeroporto de Confins, em Minas Gerais, para ajudar os deportados que chegam dos Estados Unidos, embora ainda não tenham sido divulgados detalhes sobre o funcionamento da unidade. O chanceler Mauro Vieira afirmou que o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA em Brasília, Gabriel Escobar, esclareceu questões sobre o voo que trouxe 88 brasileiros de volta ao Brasil.

Relatos de Agressões no Passado

Relatos de agressões a deportados brasileiros não são novos, com um documento da Defensoria Pública da União de setembro de 2022 mencionando casos de violência durante a gestão de Joe Biden. Entre os casos, há relatos de uma criança brasileira agredida por um guarda enquanto estava detida e uma mãe separada de sua filha durante o processo de deportação.