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Mostra 'Paisagens mineradas' destaca tragédia de Brumadinho em exposição na Funarte MG
Exposição reúne obras de 12 artistas plásticas para discutir os impactos da mineração e homenageia vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho.
A tragédia do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, que completou seis anos em janeiro de 2025, permanece sem punições legais aos responsáveis e ainda impacta centenas de famílias. Para manter viva a memória das vítimas e ampliar o debate sobre os efeitos da mineração, será inaugurada neste sábado (5/7) no Galpão 5 da Funarte MG a exposição 'Paisagens mineradas: marcas no corpo-território', com entrada gratuita.
Contexto e Motivação
Criada em 2024 para marcar cinco anos da tragédia, a mostra percorre diferentes cidades brasileiras e chega a Belo Horizonte, onde permanece até 9 de agosto. A exposição aborda a mineração predatória em Minas Gerais e no Brasil, reunindo obras de 12 artistas plásticas que dialogam com a destruição, a esperança e a reconstrução.
Arte como instrumento de mobilização
Segundo a artista e curadora Isadora Canela, "nos debates sobre aquecimento global e mudanças climáticas, pouco se fala de mineração". Ela destaca a importância de discutir o tema de maneira mais profunda e de utilizar a arte como forma de sensibilização social. A exposição é uma realização do Instituto Camila e Luiz Taliberti, criado pela mãe de duas vítimas do desastre, Helena Taliberti, com o objetivo de proteger o meio ambiente e empoderar grupos vulneráveis, especialmente mulheres.
Atos de conscientização e memória
Entre as ações do instituto está a realização de um ato anual na Avenida Paulista, sempre no dia 25 de janeiro, marcado pelo toque de uma sirene às 12h28, horário exato do rompimento da barragem. "A cultura e a arte são veículos mais do que eficientes. Na medida que a arte emociona, é possível falar por meio dela. Você atinge mesmo o coração das pessoas", afirma Helena Taliberti. Ela ressalta também o valor de mostrar a tragédia sob a ótica dos familiares e amigos das vítimas.
Diversidade de linguagens artísticas
A mostra propõe uma reflexão sobre a mineração por meio de pinturas, instalações, videoartes, fotografias e performances. Entre as artistas participantes estão Isadora Canela, Beá Meira, o Coletivo ASA – Associação de Senhoras Artesãs de Ouro Preto, Isis Medeiros, Julia Pontés, Keyla Sobral, Lis Haddad, Luana Vitra, Mari de Sá, Murapyjawa Assurini, Shirley Krenak e Silvia Noronha. Esta última apresenta uma "geologia especulativa", permitindo ao público observar o futuro do solo atingido pelo desastre.
Gênero, território e esperança
As obras abordam ainda questões de gênero, como a instalação de Isadora Canela que relaciona a exploração mineral à degradação do corpo feminino. O encerramento da mostra é marcado por uma obra coletiva que borda plantas sobre a fotografia de uma paisagem destruída, simbolizando a perspectiva de um novo amanhã. "No fundo, a exposição é sobre esperança. É sobre a gente transformar essa história. Conseguir criar algo que seja verde, e não vermelho de sangue", conclui Isadora.
Serviço
Paisagens Mineradas
Visitação: de 5 de julho a 9 de agosto, no Galpão 5 da Funarte MG (Rua Januária, 68, Centro - Belo Horizonte). Aberto de quarta a domingo, das 15h às 20h. Entrada gratuita.