O ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), voltou a se posicionar como o principal representante da direita para a corrida presidencial de 2026. Em uma entrevista realizada na noite de segunda-feira (21/4), diretamente do leito de UTI do hospital DF Star, em Brasília, ele declarou: "a população não quer outro nome da direita que não seja Jair Messias Bolsonaro e ponto final".

Contexto da Entrevista

Durante a entrevista ao SBT, Bolsonaro reconheceu a existência de outros nomes respeitáveis dentro do campo político da direita, mas enfatizou que nenhum deles possui o mesmo apelo popular que ele. "Do nosso lado, tem bons nomes por aí, mas cada um dentro do seu partido tem que cavar seu espaço", afirmou, sugerindo que esses líderes devem trabalhar para conquistar a confiança do eleitorado.

Recuperação e Críticas

A entrevista foi realizada em um momento delicado, já que o ex-presidente se recupera de uma cirurgia abdominal, realizada no dia 11 de abril, após ser transferido de um evento no Rio Grande do Norte. Ele também aproveitou a oportunidade para criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que a esquerda não terá um "nome razoável" para a próxima eleição, e disparou: "Se for Lula, pior ainda".

Julgamento e Expectativas Futuras

Bolsonaro aproveitou a entrevista para criticar a condução do seu processo no Supremo Tribunal Federal (STF), onde se tornou réu por incitação e tentativa de golpe em relação aos eventos de 8 de janeiro de 2023. Ele alegou que está enfrentando um "julgamento político e não técnico" e que a entrevista tinha como objetivo evitar que "certas narrativas" se solidificassem.

Decisão do TSE

A inelegibilidade de Bolsonaro foi decidida pelo TSE em uma votação de 5 votos a 2, em decorrência de uma ação movida pelo PDT que questionou uma reunião do ex-presidente com embaixadores em julho de 2022. Durante essa reunião, Bolsonaro fez declarações que foram interpretadas como ataques ao sistema eleitoral brasileiro, o que levou à conclusão de que houve abuso de poder político.