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Dólar registra alta após novos dados sobre geração de empregos no Brasil
O fortalecimento do mercado de trabalho gera preocupações sobre a inflação e a política monetária.
O dólar começou a sessão desta quarta-feira (26) com leve queda, alcançando R$ 5,734 na mínima, mas inverteu a tendência e fechou em alta de 0,76%, cotado a R$ 5,796, após a divulgação de que o Brasil abriu 137,3 mil vagas formais de trabalho em janeiro, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), publicado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Impacto da Geração de Empregos
O resultado superou as 48 mil vagas esperadas por economistas consultados pela agência Reuters. Contudo, o mercado financeiro analisa esses dados com certa apreensão, considerando que a forte geração de empregos pode indicar um descontrole sobre salários e preços, potencializando a inflação e mantendo a taxa de juros elevada, segundo a percepção dos investidores.
Reação do Mercado
Em resposta aos novos dados, a Bolsa fechou em queda de 0,96%, atingindo 124.768 pontos. As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) também apresentaram alta, com um aumento significativo de 30 pontos-base em alguns vencimentos. A taxa do DI para janeiro de 2026 foi de 14,74%, em comparação com o ajuste anterior de 14,588%.
Análise de Especialistas
O saldo de janeiro foi de 2,271 milhões de admissões contra 2,134 milhões de desligamentos, mas o resultado foi inferior ao registrado em janeiro do ano anterior, quando 180,3 mil novos postos foram criados. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, já havia indicado que os dados seriam positivos, prevendo um crescimento significativo no emprego formal, afirmando: "Saiba que o Caged de janeiro vem com mais de 100 mil empregos criados no mês de janeiro deste ano, começando o ano gerando empregos de qualidade e vamos repetir no ano inteiro".
Preocupações e Expectativas
Ainda que os dados sejam encorajadores, a leitura do mercado aponta para uma interpretação que sugere uma possível pressão inflacionária futura. A economista chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, comentou: "Embora isso seja um fato positivo para a nossa economia, gerou preocupação dos investidores que interpretaram os números como um possível sinal de pressão inflacionária no futuro".
Desafios Fiscais e Políticos
Além disso, a baixa popularidade do governo atual levanta preocupações sobre a possibilidade de aumento nos gastos públicos, o que pode intensificar os receios fiscais entre os investidores. A recente liberação de R$ 12 bilhões do FGTS para trabalhadores demitidos também pode impulsionar o consumo e, consequentemente, pressionar os preços.
Conclusão
Os investidores permanecem cautelosos, monitorando as negociações políticas em Brasília e possíveis mudanças de ministérios, que podem afetar a área fiscal. O próximo encontro do Banco Central para discutir a taxa Selic está agendado para maio.