A mobilização antecipada em torno da disputa pelo Executivo mineiro em 2026 possui razões claras. Além das articulações internas dos partidos, que debatem alianças e testam a viabilidade de seus principais quadros para o Palácio Tiradentes, o pleito em Minas Gerais é considerado estratégico para as legendas a nível nacional.

Importância Histórica de Minas

Historicamente, candidatos a presidente da República que obtiveram a maioria dos votos em Minas também saíram vitoriosos em todo o Brasil. Essa dinâmica explica, por exemplo, o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à possível candidatura do senador Rodrigo Pacheco (PSD) ao governo do estado, mesmo sem confirmação de que Pacheco concorrerá.

Perspectivas dos Partidos

O presidente do PT em Minas, Cristiano Silveira, afirma que “Minas Gerais tem peso na eleição nacional”. Domingos Sávio, presidente estadual do PL, ressalta que as alianças para o governo em 2026 serão pensadas estrategicamente, visando o impulso na candidatura que competirá contra a esquerda nas eleições presidenciais. Com o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível, o PL busca reverter essa situação antes do pleito.

Características de Minas Gerais

Minas é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil e sua diversidade cultural e política, originada de sua posição geográfica, faz dele um 'estado-pêndulo' nas eleições presidenciais. Para o doutor em ciências sociais Robson Sávio, essa característica torna Minas um “puxador de votos”, o que leva os partidos a buscarem candidatos fortes ao governo, pois isso pode alavancar suas candidaturas ao Palácio do Planalto.

Articulações do Centrão

Após resultados positivos nas eleições municipais de 2024, partidos do centro devem ser alvo de investidas de legendas da esquerda e da direita para formar alianças visando 2026. Domingos Sávio menciona que é fundamental unir a direita com partidos de centro para aumentar as chances de vitória.

No campo oposto, Silveira diz que a esquerda não vencerá a extrema-direita sozinha, e alianças com candidatos de centro são essenciais. O cientista político Lucas Zandona observa que o eleitor mineiro tende a ser mais lógico nas suas escolhas, focando em propostas, e não em ideologias partidárias.