O segmento de farmacêuticos e perfumaria registrou queda na passagem de novembro para dezembro.

Desempenho do Varejo em Dezembro

Assim como outras áreas da economia, as vendas no comércio varejista também enfrentaram um declínio no final de 2024. O volume vendido caiu 0,1% em dezembro em comparação com novembro, que já havia visto uma diminuição de 0,2% no mês anterior, conforme dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este resultado sinaliza uma perda de força na atividade econômica durante o quarto trimestre, embora o desempenho geral do ano tenha sido forte, com um crescimento de 4,7% em relação a 2023.

Crescimento Contínuo e Expectativas Futuras

Este foi o oitavo ano consecutivo de crescimento e o melhor desempenho anual desde 2012. O economista-chefe do Banco BMG, Flavio Serrano, comentou: "O varejo restrito veio sem grandes surpresas, com queda disseminada. Foi uma queda também muito parecida com a de novembro". Ele ainda acrescentou que, apesar da desaceleração, o crescimento de 4,7% é considerado robusto.

Resultados por Segmento

No quarto trimestre de 2024, o varejo teve alta de 0,6% em relação ao terceiro trimestre, marcando o sexto trimestre consecutivo de crescimento. Contudo, os economistas projetam uma moderação para o varejo em 2025, com uma expectativa de que a renda real das famílias diminua, o que pode desacelerar o consumo.

Queda em Diversos Setores

Na comparação de novembro para dezembro, cinco das oito categorias do varejo apresentaram queda: equipamentos para informática e comunicação (-5,0%), farmacêuticos e perfumaria (-3,3%), combustíveis (-3,1%), vestuário (-1,7%) e supermercados (-0,4%). Por outro lado, alguns segmentos como artigos de uso pessoal e doméstico, móveis e eletrodomésticos e livros apresentaram leve crescimento.

Patamar de Vendas e Contexto Econômico

A acomodação nas vendas ocorre após um período de altas que levaram o volume a um recorde em outubro de 2024. Em dezembro, o varejo restrito estava 0,3% abaixo desse patamar recorde, enquanto o varejo ampliado estava 2,6% aquém do recorde em série histórica. Cristiano Santos, gerente da pesquisa de comércio do IBGE, destacou que a estabilidade nas vendas reflete um cenário econômico que tem mudado significativamente ao longo do ano, com uma pressão inflacionária crescente na segunda metade de 2024 prejudicando o desempenho do setor.