BRASÍLIA - A investigação a respeito da morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek poderá ser reaberta a partir de sexta-feira (14). A Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) se reunirá em Recife (PE) para discutir a reanálise do caso, conforme informação publicada pelo jornal Folha de S. Paulo.

O Acidente

Juscelino Kubitschek faleceu em 1976, em um acidente na via Dutra. Segundo a versão oficial da época, um ônibus colidiu com o veículo em que o ex-presidente estava, levando o motorista, Geraldo Ribeiro, a perder o controle do carro. O trágico incidente ocorreu no km 165 da rodovia, resultando na morte de ambos.

Controvérsias sobre a Morte

Embora a versão do acidente tenha sido confirmada por diversas comissões, incluindo a Comissão Nacional da Verdade em 2014, há quem defenda a hipótese de atentado político. Relatos sugerem que o motorista poderia ter perdido o controle devido a um fator externo, como sabotagem ou disparo de arma de fogo. Um inquérito civil do MPF, finalizado em 2019, ainda não conseguiu confirmar essa possibilidade.

Motivação para a Reavaliação

A reabertura do caso foi motivada por um laudo elaborado pelo engenheiro e perito Sergio Ejzenberg. Com apoio do MPF, ele revisou documentos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, que sustentavam a versão do acidente, e sua reavaliação, divulgada em 2021, não corroborou a ideia de que a colisão com o ônibus causou a perda de controle do veículo.

A Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos

A CEMDP, órgão de Estado que conta com apoio do Ministério dos Direitos Humanos, foi recriada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva em julho de 2024, após ter sido extinta por Jair Bolsonaro. A comissão deve avaliar as evidências e decidir sobre a continuidade da investigação sobre a morte de JK.