Apenas 37% da pauta exportadora de Minas Gerais foi incluída na lista de isenção do tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) destacou que itens importantes para a economia mineira, como café, carnes e subprodutos da cana-de-açúcar — incluindo açúcar e etanol — permanecem penalizados, o que compromete a competitividade dessas cadeias produtivas no mercado norte-americano.

Contexto da Medida

A Fiemg manifestou preocupação com o decreto assinado pelo governo americano, que estabelece uma alíquota adicional de 40% sobre a maioria dos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, e que começa a valer a partir de 6 de agosto. Embora o decreto contemple isenção para 694 produtos, o que representa 43% do valor total exportado pelo Brasil (US$ 17,3 bilhões), diversos setores estratégicos para Minas Gerais não foram contemplados.

Setores Impactados e Reações

Mesmo com a preservação de itens como petróleo, produtos da metalurgia, aeronaves e equipamentos industriais, a Fiemg reforça a necessidade de medidas diplomáticas urgentes para mitigar os impactos negativos sobre os setores excluídos das isenções. "A entidade segue acompanhando com atenção os desdobramentos da medida e seus impactos sobre a indústria mineira. Reforça ainda a necessidade de uma atuação firme do governo federal para negociar com as autoridades norte-americanas um acordo que contemple todos os setores industriais brasileiros exportadores não incluídos entre as exceções, que poderão ser duramente impactados com uma tarifação total que chega a 50%", afirmou a entidade.

Medidas Propostas e Ações Locais

No mesmo dia da assinatura do decreto pelo presidente americano Donald Trump, a Fiemg apresentou um plano emergencial ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Entre as propostas estão a devolução direta dos créditos acumulados de ICMS às empresas exportadoras, uma transação tributária emergencial para regularização de débitos de ICMS, além de flexibilizações nos contratos de fornecimento de energia, gás natural e na área ambiental.

O governador anunciou também a disponibilização de R$ 200 milhões em linhas de crédito subsidiadas para empresas exportadoras, com juros de 0,9% ao mês, e a monetização de R$ 100 milhões em créditos acumulados de ICMS para amenizar os impactos do tarifaço.