{{noticiaAtual.titulo}}

Fonte da imagem: https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2025/07/29/1_suco_de_laranja_com_mel_54251135-57623960.jpg
Tarifaço na exportação do suco de laranja somaria R$ 4,3 bilhões
Impacto de 456% no aumento das tarifas para exportação aos EUA preocupa setor citrícola brasileiro
O aumento da tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos, anunciado pelo presidente Donald Trump e previsto para entrar em vigor em 1º de agosto, pode gerar um impacto financeiro anual de até US$ 792 milhões, o equivalente a R$ 4,3 bilhões, ao setor de suco de laranja brasileiro. Esse cálculo foi realizado pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Detalhes do impacto financeiro
O valor de R$ 4,3 bilhões representa um aumento de 456% em relação ao total de impostos pagos na safra 2024/2025, que foi de US$ 142,4 milhões. Este cálculo considera o desempenho da safra encerrada em 30 de junho e inclui as tarifas atuais para acesso ao mercado americano. Atualmente, o Brasil paga uma tarifa fixa de US$ 415 por tonelada de laranja exportada aos EUA, que somou US$ 142,4 milhões na última safra.
A estimativa de impacto de US$ 792 milhões leva em conta a aplicação acumulada da nova tarifa de 50% mais a alíquota adicional de 10% anunciada em abril. Caso a nova tarifa substitua a anterior, o impacto seria um aumento estimado em US$ 635 milhões por safra, equivalente a um crescimento de 345,8% em relação ao cenário atual.
Reações do setor citrícola
Ibiapaba Netto, diretor executivo da CitrusBR, destacou a gravidade da situação: "É um impacto gigantesco no setor. O elefante que está na sala é o que a gente vai fazer com toda fruta que deveria ser direcionada para processamento para o mercado americano?".
Os Estados Unidos foram o segundo maior mercado para o suco de laranja brasileiro na safra 2024/2025, representando 41,7% das exportações, atrás apenas da Europa. Foram exportadas 307.673 toneladas do produto, aproximadamente 85 milhões de caixas de 40,8 quilos cada, com uma receita total de US$ 1,31 bilhão.
Origem e distribuição da produção
Essa exportação é predominantemente feita com frutas cultivadas no cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais, que respondem por cerca de 75% da produção nacional de laranja. Segundo Ibiapaba Netto, "Se houver impacto, será o mesmo para São Paulo e Minas, não tem diferença nenhuma".
Desafios futuros e incertezas
O diretor executivo destaca que ainda não é possível planejar ações específicas para o setor, pois aguarda detalhes da ordem executiva norte-americana. Ele explica: "Não depende da gente. Não se sabe exatamente o que vem nessa ordem executiva. Então, o primeiro ponto é esperar essa ordem executiva para que a gente entenda o que está dentro, o que está fora, qual é a parte que nos cabe, quanto tempo vai durar, se vai ser provisória, e a partir disso tomar uma decisão".
Uma perda do mercado americano pode resultar em uma oferta de suco de laranja muito maior do que a capacidade de escoamento, gerando um problema complexo para as empresas do setor. "Como que a gente resolve esse problema? Não sei. Cada empresa que opera no mercado vai ter que pensar sua estratégia", avaliou Ibiapaba Netto.
Limitações no redirecionamento da produção
O redirecionamento do volume destinado aos Estados Unidos não é simples, segundo o diretor. Ele destaca que não existem outros mercados capazes de substituir o americano com facilidade, pois é necessário um perfil de renda adequado, infraestrutura para receber o suco, linhas de envase, espaço no varejo e, principalmente, um hábito de consumo estabelecido para o produto.