O Comitê de Política Monetária (Copom) indicou em sua última ata que haverá um novo aumento "de menor magnitude" na taxa Selic na reunião de maio. Na decisão anterior, o Banco Central elevou os juros em 1 ponto percentual, passando de 13,25% para 14,25% ao ano.

Compromisso com a meta de inflação

O Copom destacou que a partir de maio o tamanho total do ciclo de alta da Selic será definido pelo seu "firme compromisso de convergência da inflação à meta" e dependerá da evolução do cenário econômico. Segundo a ata, "a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos".

Expectativas para os próximos meses

A elevação prevista para maio colocaria a taxa Selic em pelo menos 14,50%, o maior patamar desde os 14,75% registrados em julho de 2006. Conforme o último relatório Focus, o mercado espera que os juros subam 0,5 ponto percentual em maio e 0,25 ponto em junho, podendo atingir 15% no final do ciclo de aperto.

Projeções de inflação

O Copom manteve as projeções de inflação divulgadas anteriormente. Espera-se que o IPCA acumule alta de 3,9% em 12 meses até o fim do terceiro trimestre de 2026, valor acima do centro da meta que é de 3%. A estimativa considera aumento de 3,8% para preços livres e de 4,2% para preços administrados.

Para o ano de 2025, o Banco Central prevê que o IPCA encerre em 5,1%, acima do teto da meta de inflação, que é 4,5%. As projeções levam em conta alta de 5,4% nos preços livres e de 4,3% nos preços administrados.

Cenário econômico considerado

As projeções do Banco Central são baseadas no cenário de referência, com a trajetória de juros extraída do relatório Focus e com bandeira verde para energia elétrica em dezembro de 2025. A taxa de câmbio inicial considerada é de R$ 5,80, evoluindo conforme a paridade do poder de compra (PPC). Além disso, os preços do petróleo seguem a curva futura por seis meses e, depois, sobem 2% ao ano.