O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), participou nesta segunda-feira (24/3) de um evento com empresários em São Paulo, onde defendeu seu governo ao afirmar que segue as “regras do liberalismo” para fortalecer a economia mineira. A participação ocorreu no seminário “Rumos 2025”, promovido pelo jornal Valor Econômico.

Gestão econômica e comparação com governo anterior

Zema comparou sua administração na Cidade Administrativa com a do ex-governador Fernando Pimentel (PT), reiterando que encontrou Minas Gerais “destruída” e “sem credibilidade” junto ao setor empresarial. O governador afirmou: “O que nós fizemos é aquilo que todo manual de economia recomenda. Eu não acredito em milagre, não acredito em receita heterodoxa. O que nós fizemos foi seguir o manual de boas práticas: reduzir o tamanho do estado para engrandecer o mineiro”.

Defesa do liberalismo e ambiente de segurança

O chefe do Executivo destacou que sua gestão se pauta em princípios liberais, citando “vida, propriedade privada e liberdade de expressão”. Ele afirmou que “ninguém é perseguido em Minas Gerais, bandido é preso, não tem invasão de terra, e total apoio aos empreendedores”.

Indicadores e desafios financeiros

Zema utilizou dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para criticar o governo do PT entre 2015 e 2018, afirmando que naquele período foram destruídas 200 mil vagas de emprego em Minas Gerais. Em contraste, destacou que sua gestão gerou mais de 920 mil empregos formais, conforme dados atualizados. Além disso, mencionou a redução do déficit fiscal do estado, com superávit de R$ 5,2 bilhões em 2024, e a diminuição do número de secretarias estaduais.

Mesmo com esses avanços, Zema reconheceu que Minas Gerais ainda possui uma dívida elevada com a União, estimada em cerca de R$ 170 bilhões.

Atração de investimentos e diálogo com empresários

Questionado sobre como atrair investimentos privados diante das dificuldades fiscais, o governador citou o programa Trilhas de Futuro, que foca na formação profissional para qualificar a mão de obra no estado. Segundo ele, foram atraídos investimentos privados da ordem de US$ 460 bilhões.

“Eu acho que converso a língua do empreendedor. Eu dou meu telefone e falo: ‘se alguma coisa sua ficar parada na secretaria da Fazenda, engavetada na secretaria do Meio Ambiente, ou esquecida na Secretaria de Saúde, me liga que eu vou atrás para ver’. Eu venho do varejo e estou acostumado a servir, não a ficar no cafezinho cercado de bajuladores, como muitas vezes acontece na política do Brasil”, declarou Zema.

Contexto do evento e presença de outras autoridades

O seminário promovido pelo Valor Econômico contou ainda com a participação do presidente em exercício Geraldo Alckmin (PSB), do ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT), e de outros governadores como Helder Barbalho (Pará) e Cláudio Castro (Rio de Janeiro), que também participaram dos debates.