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Preço do café atinge recorde e deverá continuar a impactar a inflação em 2025
Alta no preço do café para o consumidor final chegou a quase 40% em 2024, refletindo nas despesas dos brasileiros.
O preço do café, que tem registrado aumentos históricos, deverá continuar pressionado pelo menos até o final do primeiro semestre de 2025, devido a adversidades climáticas que afetaram as últimas safras e baixos estoques na indústria. No dia 29 de janeiro, o valor da commodity alcançou seu maior patamar desde 1977, encerrando o dia cotado a US$ 3,6655 por libra-peso na ICE, referência global para o café arábica. Esse valor é mais que o dobro do que era cotado no final de outubro de 2023, quando o grão estava a US$ 1,6935.
Causas do Aumento de Preço
No mercado interno, o preço para o consumidor final saltou quase 40% durante 2024. Em janeiro, o quilo do café torrado e moído custava R$ 29,62, comparado a R$ 42,65 em dezembro. Para entender essa elevação considerável, é necessário olhar para os eventos passados. O Brasil, maior produtor mundial de café, enfrentou uma severa geada no inverno de 2021 que afetou gravemente as principais regiões produtoras. Desde então, diversos fenômenos climáticos impactaram as colheitas, tanto no Brasil quanto em outros grandes produtores, como Vietnã, Colômbia e Indonésia.
Demanda Global e Exportações
Enquanto isso, a demanda mundial por café continua a crescer, mesmo que a taxas moderadas. O aumento de consumo é evidente em países como a China e outras nações que estão começando a consumir mais, como Filipinas, Malásia, Índia e Vietnã. Isso resulta na diminuição dos estoques globais e no disparo dos preços a partir de outubro de 2023, criando um descompasso entre a produção e o consumo.
Expectativas Futuras
O Brasil, incentivado pela alta dos preços internacionais e pelas dificuldades enfrentadas por outras nações produtoras, exportou uma quantidade recorde de 50,443 milhões de sacas em 2024, um aumento de 28,5% em relação ao ano anterior. Para 2025, os especialistas projetam que os preços do café continuarão altos. Pavel Cardoso, presidente da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), afirma que "a indústria segue repassando alguma coisa agora ainda em fevereiro e março, de maneira muito responsável".
Impacto das Condições Climáticas
No campo, não há sinais de alívio a curto prazo. A estiagem que afetou regiões importantes de produção em 2024 prejudicou a colheita deste ano, e a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima a produção de café do Brasil em 54,2 milhões de sacas para 2024, o que representa uma queda de 2% em relação ao ano anterior. Para 2025, essa produção deve ser ainda menor, em 51,8 milhões de sacas, um recuo de 4,4%.
Considerações Finais
Embora haja a expectativa de melhorias nas colheitas do Vietnã e da Colômbia, ainda não se sabe se isso será suficiente para compensar as frustrações da produção brasileira. Vanusia Nogueira, da OIC (Organização Internacional do Café), menciona que "embora a expectativa sobre a melhora das colheitas seja positiva, os preços não devem voltar aos níveis de 2023", considerando as dificuldades que os produtores enfrentam para garantir uma vida digna.